Eu vou ser um ótimo coach!
Afinal, tenho um currículo exemplar, com muitos anos em cargos de liderança (incluindo mais de 10 anos como CEO). A minha é uma história de conquistas, realizações e premiações. Sou uma pessoa do mundo, com realizações e vivências internacionais.
Meus amigos e consultores falavam que eu seria muito bom nisto, que eu poderia me posicionar como um coach de altos executivos, que o mercado era promissor e que as oportunidades não tinham limites. Além disso, eu imaginava que este negócio seria fácil. Afinal, ser pago por meus conhecimentos e experiência parecia bem lógico, e receber para dar conselhos seria um piece of cake. Pelo menos, este era meu mind set quando iniciei o curso de certificação no renomado Hudson Institute of Coaching, na bela Santa Barbara, no estado da Califórnia - EUA.
Era o primeiro dia, e eu era o “coach” numa pequena simulação de coaching. O grupo era supervisionado pela Pam McLean, titular do Instituto. Após minha “obra prima”, olhei para a Pam pronto para receber os muitos elogios e parabéns. Quem sabe... talvez eu até receberia um convite para integrar o grupo de docentes da escola...
“Tim,” diz ela. “Sei que você é um ótimo executivo. Você tem uma ótima postura, é confiante, sabe fazer perguntas poderosas e sabe escutar. Não tenho dúvida que você sabe dar ótimos conselhos. Mas, para ser um coach, você precisa entender que não é sobre você, é sobre seu cliente. Para melhor servir aos seus clientes, você precisa questionar suas crenças e se conhecer melhor. Só assim você vai poder alcançar seu potencial e ser o coach que você pode ser!”
Foi assim que começou minha jornada para ser um coach. Eu comecei a entender a diferença entre ser um coach e fazer coaching. Dar conselhos e alavancar conhecimentos e experiência, têm seus méritos, e é uma proposta muito valorizada no mercado, mas não é o que um coach faz. Esta diferença me levou para o caminho de autoconhecimento.