Caro leitor,
esta edição nos traz uma provocação muito interessante sobre se a pessoa está fazendo Coaching ou sendo Coach. Este tema vem em muito boa hora, pois ainda estamos vivendo a escalada das escolas que formam coaches aos baldes, e com um arsenal de formulários, instrumentos e uma lista de “perguntas poderosas”, saem ao mercado ávidos por lotar suas agendas, como sinal de sucesso e prosperidade.
Não se dão conta que estão apenas, quando muito, fazendo Coaching. Quando muito, pois o verdadeiro Coaching exige uma postura prestadia, um isolamento de conteúdos, um ouvir sem intenções, uma curiosidade infantil e, principalmente, um desapego do ego de querer impressionar o coachee com uma performance excepcional, calcada em perguntas “matadoras”.
João Luiz Pasqual nos honrou em coordenar este dossiê, onde encontramos artigos muito ricos para trazer mais lucidez à questão. Ser coach envolve um olhar profundo para si mesmo, ser o laboratório vivo de tudo o que queira aplicar e vivenciar com outras pessoas. Desta forma, torna-se essencial ao coach, ser coachee, passar vez por outra pelo processo, de preferência com diferentes coaches para sentir abordagens diferentes e ver quais portinhas internas se abrem mais ou menos. Passar por processos de supervisão também é um ponto essencial para ganhar novos olhares sobre como conduzir seus processos e novas possibilidades de intervenção. Nada como alguém de fora para nos mostrar o que não estamos vendo.
Ser coach não é apenas ser um profissional que utiliza das técnicas e da filosofia do Coaching; é, acima de tudo, uma pessoa que decidiu enxergar a vida, o ser humano e suas relações sob nova ótica, muito mais abrangente, longe do certo e do errado, e buscando harmonizar as diversas forças que nos movem, buscando ações que nos aproximem de nossas metas, ideais e sonhos, sempre em consonância com nosso propósito interior.
Excelente leitura,
Luciano Lannes
Editor
Artigo publicado em 25/08/2017