“O adversário que mais interfere no rendimento, independente da área de atuação, é o adversário interior. Estado interno cujo oponente se encontra na forma de pensar e não no adversário externo. É ele quem produz distrações através de diálogos internos e julgamentos, capazes de provocar desconcentração, desmotivação e descontrole emocional, até mesmo nos grandes jogadores”.

Timothy Gallwey

A sede de vitória é tão antiga quanto a própria existência humana. O impul­so de perseguir a glória pode levar atletas, equipes e líderes esportivos a darem o melhor de si, superando seus próprios limites. Por isso o esporte exerce um enorme fascínio em todos nós e se apresenta como uma fonte inesgotável de aprendizagens sobre a luta apaixonada pela excelência da mente, do corpo e da alma.

Nas competições somos capazes de acender a chama da realização, essa misteriosa força interna que se ali­menta de sonhos, fé, paixão, sacrifício e, especialmente, dos momentos em que se é capaz de fazer o impossível parecer possível.

O que fazer para vencer e buscar a ex­celência?

Essa é uma questão importante do cená­rio do alto rendimento esportivo.

Com a necessidade constante de resulta­dos, conhecer o caminho da vitória passa a ser uma vantagem competitiva para quem procura aumentar as possibilida­des de novas realizações.

Além disso, os programas de treina­mento e desenvolvimento no contexto esportivo, contam cada vez mais com ações interdisciplinares que envolvem diferentes áreas de apoio como a me­dicina, fisiologia, fisioterapia, nutrição e psicologia (ciência do comportamen­to humano).

Esse artigo tem como objetivo demonstrar como o Coaching Esportivo pode contribuir para o desenvolvimento de profis­sionais que atuam no alto rendi­mento esportivo.

O Brasil do futebol tornou-se uma nação Olímpica. Atletas de 40 diferentes modalidades trei­nam diariamente para atingir a meta do Comitê Olímpico Brasi­leiro (COB) 2016, que é colocar o Brasil entre as dez principais potências olímpicas mundiais. Em função desse grande desa­fio, além do talento, é preciso desenvolver competências men­tais e emocionais para atingir e manter o alto rendimento, e é nesse contexto que o método Coaching entra como um aliado aos programas de treinamento e desenvolvimento.

Como psicóloga organizacional de formação, iniciei minha jor­nada profissional com líderes e equipes empresariais na John­son & Johnson (1984), passan­do pelo Grupo Pão de Açúcar (1986), onde me especializei no treinamento e desenvolvimento gerencial, até chegar ao espor­te de alto rendimento, quan­do comecei a trabalhar com a Sociedade Esportiva Palmeiras (1993). Desde então, estabele­ci a estratégia de atuar nesses dois contextos de alta perfor­mance, empresarial e esportivo, com a missão de contribuir com o desenvolvimento de pesso­as, equipes e organizações por meio de soluções educacionais integradas, visando a melhoria de performances, resultados e aprendizagens (ci­clo da excelência). Portanto, precisei adotar uma metodolo­gia diferente do protocolo uti­lizado pela psicologia clínica, e partir para uma intensa marato­na de estudos e pesquisas.