O grande mérito da neurociência tem sido evidenciar e mapear, cientificamente, conhecimentos sobre o cérebro, os comportamentos e a cognição humana, que antes tínhamos como senso comum ou encontrávamos nas teorias comportamentais e na psicologia. Conhecer um pouco mais sobre neurociência tornou-se quase fundamental para profissionais que atuam nas áreas de desenvolvimento, coaching, mentoring e liderança, justamente por explicar como é possível aprender melhor e promover mudanças comportamentais e sociais aplicando-se os estímulos apropriados.
O que temos de informações e conhecimentos disponíveis sobre o tema se deve ao esforço e colaboração de diversas áreas do conhecimento. Cientistas, especialistas em comportamento, físicos, matemáticos, filósofos, educadores, médicos, psicólogos e até monges vêm se empenhando há mais de 40 anos para compreender o funcionamento do cérebro humano e como melhorar seu desempenho. Neste artigo, pretendo passar por alguns desses pesquisadores e relacionar suas descobertas com conhecimentos úteis para nós, com um enfoque especial para atenção e o efeito das emoções positivas.
Richard Davidson, por influência de Sua Santidade, O Dalai Lama, que em 1992 o questionou sobre “porque você usa as ferramentas da neurociência apenas para estudar ansiedade, estresse, medo e depressão? Porque não usa essas ferramentas para estudar a bondade e a compaixão?”, dedica-se a realizar pesquisas e experimentos científicos sobre as emoções e as práticas contemplativas encontradas nas tradições orientais. Em 2011, Matthieu Richard, PHD em genética molecular, que também é monge, levou um grupo de colegas do Nepal e do Tibet para o laboratório de Davidson na Universidade de Winconsin. O próprio Ricard, objeto dos experimentos, foi declarado pelos cientistas como o homem mais feliz do mundo por constatarem que seu cérebro é capaz de produzir um nível elevadíssimo de ondas gama, atribuindo à meditação a sua capacidade incrivelmente anormal de sentir felicidade e uma propensão reduzida para a negatividade.