Vamos começar bem, bem, bem pelo começo. Que tal?
Digamos que eu e você estejamos conversando sobre o que fazer para o almoço. E digamos que nós viemos de culturas diferentes. Então, se eu estiver sugerindo que façamos mandioca, você pode ficar confuso e se perguntar se eu não estaria me referindo a aipim ou macaxeira. Agora, digamos que você me pergunte exatamente isso; que me pergunte se não seria aipim, por exemplo. E, digamos que eu te responda que não, que é mesmo mandioca. Talvez você se sentisse na obrigação moral de me educar para o nome certo do alimento e seguisse me corrigindo. E talvez eu estivesse metida nessa mesma cruzada com relação a você. Poderíamos seguir assim até que já estivéssemos irremediavelmente atrasados para servir o tal almoço com o qual nos comprometemos. De fato, eu conheço casos em que algo assim destruiu uma relação bastante produtiva e de longa data com algumas pessoas com as quais convivi.
Você não imagina como eu fico triste quando penso nisso. Quanto desperdício...
Agora, deixa eu te contar o que isso tem a ver com Neurociências aplicadas ao que quer que seja mas, no caso aqui, ao Coaching.
O “certo” seria dizer Neurociências aplicadas a, e daí colocar o que chamamos de núcleo duro, isto é, o segmento ao qual ela será aplicada. Mas a grande e esmagadora maioria das pessoas usa o termo Neurocoaching, para simplificar. O caso é que, ao invés disso ser tratado como simples questão de escolha de palavras, vem sendo tratado como uma cruzada na direção de tirar a credibilidade de quem usa o termo Neurocoaching (ou neuro-o-que-quer-que-seja). Um tremendo desperdício de energia.