“Para jogar, há que se jogar a sério”.
Leonardo Wolk
Começaremos a aventura deste artigo contando a nossa trajetória de entrada no coaching. Até então, nossa atuação âncora era na psicologia clínica. O que nos fez procurar o coaching foi o desejo de trabalhar no mundo corporativo, bem como ampliar a área de atuação e conhecer de modo mais estruturado a metodologia do coaching. Tínhamos a ideia de uma abordagem inovadora e eficaz, o que nos provocou curiosidade em conhecê-la, porém, havia também alguns receios por vermos na mídia, de forma pejorativa, certa superficialidade com propagandas de resultados milagrosos, receitas prontas e instantâneas.
Diante dos desejos, curiosidades e dúvidas, decidimos fazer o curso de Coaching com Psicodrama, pois já atuávamos como psicodramatistas, o que nos possibilitou certa familiaridade com esta proposta. Tivemos alguns cuidados, por exemplo, de diferenciarmos o processo do coaching com a psicoterapia, afinal o nosso papel de psicoterapeutas já era desenvolvido. O curso nos proporcionou verificar que se trata de uma metodologia focada, com tempo delimitado e uma demanda específica. Pelo Psicodrama ser um método de ação, nas aulas experimentamos uma maneira palpável e profunda com cenas e técnicas direcionadas para os atendimentos dos coachees.
Um dos métodos psicodramáticos mais utilizado nas aulas foi o Role Playing. Como o próprio nome diz, é um jogo de papéis, ou seja, treinar as habilidades que competem ao coach, experimentando como alunas, de maneira dramática, os papéis de coach e coachee, vivenciando como cada um sente, pensa e age. A autora Rosa Cukier nos mostra que desempenhar um papel é uma personificação e treinar o papel é também uma forma especial de brincar. Ela ainda nos diz que, dramatizar é muito mais do que uma brincadeira de representar. É assumir e sentir o que seria a vivência de outra pessoa ou objeto, e, para tal, se faz necessário desligar-se de si para mergulhar no papel a ser vivido.