comunicar interiormente com o mundo com o corpo e com os outros ser com eles em lugar de estar com eles MERLEAU-PONTY Fenomenologia da Percep o Este artigo faz parte de um estudo pr tico-te rico em processo para desenvolvimento de uma abordagem corporal particular na forma o do coach ontol gico O coaching ontol gico um tipo de pr tica que tem em sua estrutura o trip corpo emo o e linguagem Po r m observamos que em geral na forma o do coach h menos estudos e procedimentos dedicados ao dom nio corporal do que aos outros dois Diante disso nossa inten o a cria o de uma metodologia que auxilie o coach na constru o de nbsp si mesmo luz de determina dos conceitos filos ficos e da viv ncia de experi ncias sens veis emprestadas das artes da cena teatro dan a performance e performatividade Desejamos assim n o a cria o de mais um pacote de ferramentas para que o coach utilize em suas intera es com o coachee mas uma pr tica dedicada ao coach para criar pot ncia e presen a ampliar a escuta agu ar a percep o e a sensibilidade fortalecendo a conex o consigo mesmo e como consequ ncia com o outro Neste texto especificamente refletiremos sobre qual corpo queremos quando falamos do corpo do coach on tol gico e sobre as motiva es para a parceria com as artes da cena nesta constru o Da filosofia O corpo a grande raz o uma multipli cidade com um s sentido uma guerra e uma paz um rebanho e um pastor NIETZSCHE Assim falou Zaratustra Carregamos at os dias de hoje uma heran a cultural que entende corpo como algo separado do pensamen to e menos importante do que ele Isto tem origem na Gr cia antiga no programa metaf sico no qual o corpo era considerado um obst culo ao pensar por promover sedu o pelos sentidos nos levando a paix es descon troladas e enganadoras de nossas almas Do s culo XVll em diante fil sofos como Spinoza Nietzsche Bergson Artaud Foucault Deleuze e Guattari apontaram outras dire es e sentidos para os estudos do corpo e do pensamento questio nando essa dicotomia e nos propondo nbsp corpos ativos virtuosos e intensivos em lugar de corpos organizados constran gidos e pr ticos Essa vis o mais integradora vem nos interessando e nos orientando nesse estudo Para essa reflex o em espe cial nos apoiaremos principalmente em ideias de Spinoza e de Nietzsche Spinoza faz a distin o entre corpo e mente como dom nios diferentes mas insepar veis Para ele corpo uma pot ncia de afetar e ser afetado por outros corpos O corpo muda a cada encontro modificando os outros corpos com os quais se relaciona e produzindo afetos que aumentam ou diminuem nossa pot ncia de existir Corpos mais potentes s o corpos fa vorecidos com mentes alegres capa zes de produzir mais ideias O inverso s o corpos constrangidos impoten tes para agir com mentes impotentes para pensar Para Nietzsche pensamento e corpo s o for as da vida e n o h hierarquia entre elas Faz a distin o entre um corpo reativo e um corpo ativo sendo o primeiro um corpo da nega o da vida submetido a uma organiza o moral passivo e triste e o segundo um corpo que se abre s experimen ta es que age sobre a passividade que diz sim expande a vontade de pot ncia e assimila outras for as Um corpo ativo se relaciona com cuidar de si mesmo se expressa...