Hoje existem diversas formas de atuação e técnicas aplicadas para o trabalho com Grupos, com similitudes e diferenças. Estas técnicas são utilizadas muitas vezes com rigidez e contorno muito bem delimitados ou, por outro lado, muitas vezes combinam-se várias abordagens, de acordo com as habilidades do profissional que conduz o processo. Entre as formas de atuação para conduzir o processo estão a facilitação, coordenação, treinamento, mediação e o Coaching.
Cada tipo de condução observa e intervém a partir de uma lente, porém todas estas abordagens se tocam em algum momento, não há como olhar e agir no grupo somente de um lugar, o câmbio é inevitável, pois a multiplicidade de dinâmicas geradas no campo grupal são praticamente incontáveis. Talvez, justamente por este trânsito que, entre olhares e intervenções diversas (que são necessárias ao profissional que tem o grupo como matéria prima de seu fazer), muitas vezes podem ocorrer protecionismos metodológicos para assegurar a especialidade, ou melhor, o título de especialista.
Então qual a especialidade que melhor se adequa ao trabalho com grupos?
Essa é uma pergunta difícil de ser respondida, pois o trabalho com grupos não é uma equação matemática no que diz respeito a sua exatidão, mas sim um campo extremamente complexo que exige uma abertura mental, uma presença atenta de sentidos treinados para perceber os tempos e movimentos grupais. Cada técnica tem seu valor nesse rizoma de vontades, intenções e ações. Porém, nesse texto, vamos nos ater a uma delas, o Coaching. Não no sentido genérico, e sim em um tipo bem específico de Coaching, o ontológico, que paradoxalmente é muito provavelmente o mais generalista dentre todos.
Um grupo pode ser definido como um conjunto de pessoas capazes de se reconhecerem em sua singularidade, que exercem uma ação interativa e se influenciam reciprocamente em busca de um objetivo compartilhado, e este objetivo comum é uma das potências que mantém a coesão do grupo no grupal, ou seja, que mantém este conjunto de pessoas se relacionando de forma “organizada”. Então é quase óbvio, e tentador, dizer que o “diamante precioso” de um grupo é seu objetivo comum, correto? Bem, quase isso, mas será que um grupo tem somente um objetivo?