Coaching Ontológico, nome e sobrenome cujos desafios para a explicação, em poucas palavras, se impõem rotineiramente, especialmente pelo fato de envolverem conceitos filosóficos que, se tratados com superficialidade, podem facilmente cair na armadilha da hiper-simplificação, tão comum ao pensamento disjuntivo (ou linear).
À moda de Deleuze, filósofo francês contemporâneo, declaro com antecedência que roubarei conceitos. Valho-me de pensamentos, textos, artigos e fragmentos de muitos autores e nesse sentido, Deleuze insiste e autoriza: o roubo (de conceitos) é criativo, pois, ao nos apropriarmos deles, os modificamos e os fazemos nossos.
Falo, portanto, do “meu” Coaching Ontológico, daquele que me atravessa e que produzo diariamente em meu fazer profissional. Falo desse ritmo que tenho dançado há tantos anos e que, a cada dia, torna-se mais vivo e cheio de sentido, que ganha mais corpo e permite expandir os limites do meu mundo.
Minha pretensão não é pequena: é a de fazer com que cada leitor se apaixone pelo Coaching Ontológico ou, pelo menos, seja tocado por ele, pela beleza dessa profissão, cujo cerne é o amor em seu sentido menos usual, isto é, aquele que aceita o outro como verdadeiro outro na convivência.
Sobre a Ontologia
A busca pela compreensão do homem enquanto tal, gera inquietação e curiosidade no próprio homem desde tempos imemoriais. Saber de sua essência, do que o constitui e o diferencia incentiva estudos científicos e filosóficos.
Os gregos antigos, que cunharam o termo ontologia, fizeram-no para dar conta da compreensão do ser como tal, do entendimento sobre a existência de algo e da busca de seu fundamento. Esse conceito, na Grécia antiga, confunde-se com a metafísica e procura 1 categorizar a essência de uma entidade. A ontologia foi chamada de ciência do ser enquanto ser e sua pergunta fundamental é “o que é?”. Em outras palavras, quando alguém se pergunta “o que é o ser humano?”, está formulando uma pergunta ontológica.