“Se consciência significa memória e antecipação,
É porque consciência é sinônimo de escolha”.
Henri Louis Bergson
Muito se falou sobre a influência do aspecto financeiro nas escolhas de carreira, mas no momento político-econômico em que vivemos, de dinheiro curto, conseguimos enxergar mais claramente a importância desta perspectiva.
Partimos do pressuposto que as nossas escolhas econômicas são racionais, mas na realidade não são. Achamos que temos controle consciente e racional sobre o nosso bolso, mas ao nos determos no comportamento humano, essa impressão se dissipa. Ao ficar desempregado, um coachee decidiu ir para o exterior, praticar um esporte que gostava. Poucos meses depois, como já tinha uma viagem agendada com a família para um outro país, manteve os planos e, por último, preservou a festa de casamento já prevista, com todos os detalhes de uma grande festa. Este coachee não era milionário, ao contrário do que estas escolhas nos fazem supor. O que aconteceu é que parcelou os pagamentos, empurrou para o futuro, acreditando que iria conseguir um emprego nos próximos meses. Esta é uma cilada comum, em que o nosso desejo altera a percepção ao analisar as probabilidades e escolher. É o que a professora Vera Rita de Mello Ferreira, precursora da Psicologia Econômica no Brasil, chama de avaliação de riscos por sentimento: se gostamos de algo, tendemos a ver risco baixo e benefício alto.