Tomar a decisão de buscar a nossa liberdade não é egoísmo; é o maior presente que podemos dar à humanidade.
(Origem desconhecida)
Quanto mais estudo sobre comportamento humano, mais me pergunto: quem chega para a sessão de coaching? Considerando coach e coachee, entendo que o ser humano, na sua magnífica complexidade, é um mapa a ser desvendado inter e intrapessoalmente. Quando estes seres se encontram com um objetivo específico, no processo e na demanda do coaching, pergunto-me: o que é trazido além desse objetivo para dentro do atendimento? A partir desses questionamentos, entro no contexto da relação estabelecida ou que se estabelecerá entre o coach e o coachee. Por isso, absorvo esses questionamentos na pergunta que orienta este artigo: quem vem e o que trazem coach e coachee para a sessão de coaching, quando as portas se fecham?
É sobre essa relação que falo neste artigo, pois entendo que “Ainda existe muita confusão e mistério a respeito do que acontece num relacionamento de coaching, quando coach e coachee se encontram”. (Brand e Coetzee, 2013) Essa frase me chama a atenção toda vez que a leio, e o meu objetivo, ao escrever este artigo, é começar a desvendar esses mistérios.
Para isso, respaldo-me no entendimento do comportamento humano na teoria da Análise Transacional, criada por Eric Berne (1).
O coach e o coachee são os sujeitos ativos do processo de coaching e são constituídos por histórias de vida que os fazem seres únicos, trazendo, para a relação e para o encontro, uma série de variáveis intervenientes. Entre elas, destaco um repertório de crenças, atitudes, sentimentos, comportamentos, valores, percepções, ética profissional, além das expectativas, das pressões do contexto organizacional que os envolvem. Ou seja, trazem, cada qual por si, uma estrutura de personalidade única, formada a partir do seu quadro de referências. Esse quadro de referências interfere, sobremaneira, no processo de coaching e nos seus resultados, se não houver a consciência, especialmente do coach dos impactos que pode causar, através da comunicação verbal e não verbal, da postura, da visão de si e dos outros. Nesse sentido, o autoconhecimento e autodesenvolvimento contínuos são fundamentais para neutralizar estes impactos.