Introdução

Quando um Coachee procura o Coaching, ele leva consigo alguma combinação única de queixas e quereres. As queixas revelam o que a pessoa não quer na sua vida e os quereres revelam futuros de­sejados. Podemos entender muito a respeito do Coachee através daquilo que ele deseja mudar. Não é uma regra, mas o Coachee pode chegar à primeira sessão de Coaching com uma meta em mente. Mas, nem sempre a meta já identificada pelo Coachee representa o verdadeiro querer. A escolha da meta está totalmente influenciada pelo modelo de mundo do Coachee. É apenas um elemento cons­ciente de uma dinâmica sistêmica de influências presentes que devemos conhecer de forma plena para que o Coaching provoque mudanças sustentáveis.

Tipicamente, as primeiras sessões de Coaching são reservadas para conhecer a realidade atual do Coa­chee e os alvos que está almejando. Desta forma, podemos descrever os gaps e identificar pontos a trabalhar para que se possa gerar uma solu­ção. Isso não é a cerne da questão de Coaching? No entanto, quem pratica Coaching já descobriu a complexida­de que pode surgir a caminho de uma resolução. O que é fácil de formular como meta pode se mostrar difícil de implementar na vida real.

Para que o Coachee mantenha a força de sua motivação, é importante que ele se implique por inteiro no proces­so de mudança, desde o início. Este fator pode ser mobilizado convidan­do o Coachee a olhar seu próprio his­tórico de iniciativas tomadas ao lon­go da vida. Em vez de um assessment que fala sobre o Coachee, o Coachee fala sobre ele mesmo. Muitos instru­mentos de avaliação demonstram traços de personalidade, preferên­cias e tendências que podem ser en­tendidos como feedback negativo, o levando a entender que agora preci­sa corrigir ou equilibrar seus pontos a desenvolver. Entrar neste assunto pode ocasionar desconforto ou cons­trangimento, num momento quando Coach e Coachee estão se conhecen­do. Ou, ainda, o Coachee pode ter dificuldade de se enxergar dentro de um assessment feito numa lingua­gem que desconhece. Tudo isso, para mim, indica a importância de ter no início do Coaching um momento em que o Coachee conta sua história do jeito dele, com as ênfases, enfoques, pontuação e significados que ele próprio dá.