Quando recebi o convite para escrever sobre uma ferramenta que uso nos meus processos de coaching, comecei a buscar na memória uma que tivesse ajudado a maior parte dos meus clientes. Vasculhei minha memória. Era como ver vários capítulos de diferentes seriados passando pela minha cabeça. Algumas das cenas que mais me marcaram, mostravam um cliente olhando fotos ou desenhos. Eu questionava: você conseguiu visualizar esta cena? A resposta era quase sempre positiva. Sim, eles também visualizavam e muito mais do que o papel mostrava.
E qual o significado da palavra visualizar? “Formar uma imagem mental do que não existe” ou “Tornar algo ou alguém visual ou visível”, segundo o dicionário Michaelis.
Com as fotos e os desenhos, meus clientes conseguiram ver algo que eles não viam antes. Na nossa linguagem de coaching, tomaram consciência do seu estado atual e perceberam novas possibilidades de ação.
Como o coaching é um processo de aprendizagem e transformação, é importante a utilização de recursos que contemplem os diferentes estilos de aprendizagem: auditivo, visual e cinestésico. O coaching é uma prática conversacional, portanto, vale-se mais do auditivo. Mas é preciso considerar que alguns aprendem com mais facilidade visualmente, enquanto outros absorvem melhor com outras técnicas. É interessante identificar com qual delas o seu cliente dialoga melhor e aplicá-la.
Neste texto compartilharei com vocês duas ferramentas lúdicas e visuais: facilitação gráfica e fotografias.
Por que visual e lúdica?
Na sociedade e cultura contemporâneas, utilizamos cada vez mais recursos visuais: fotos, vídeos, ícones, infográficos, apresentações, mapas interativos, jogos, filmes, seriados, entre outros. Cada vez mais, aplicativos e programas facilitam a produção, edição e distribuição de imagens de todo tipo.
Quais são as possíveis razões deste fenômeno? A linguagem visual atravessa culturas, idiomas, gerações. Pode ajudar a resolver problemas de comunicação, organizar ideias, estimular a criatividade e a reflexão durante o processo de aprendizado. Ela nos possibilita traduzir imaginário, histórias e metáforas. Ao oferecer, como coach, o uso de uma ferramenta para um cliente, estou convidando-o a participar de um jogo, uma atividade lúdica. Segundo Huazinga, jogo é “atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana (Huizinga).