O dualismo que o título sugere deve ser considerado e explorado com muito cuidado, para que não corramos o risco de sentenciar as ferramentas de Coaching disponíveis como boas e más, uma posição maniqueísta que, na minha opinião, não se pode aplicar às questões envolvendo os seres humanos e seu desenvolvimento.
Por isso, minha escolha para este artigo foi focar na forma e por quem as ferramentas podem ser utilizadas. Uma dúvida muito comum entre os Coaches, principalmente para quem está iniciando nessa atividade, é sobre o uso das ferramentas de Coaching. Muitos Coaches até desenvolvem o seu próprio método, ou saem de suas formações ávidos a usarem, o que alguns autores, ao fazerem a apologia das ferramentas, chegam a chamar de arsenal.
Porém, no momento em que estão frente a frente com seus Coachees, acabam assumindo o risco de se afastarem da questão que o Coachee está trazendo, comprometendo sua presença de Coach e sua escuta ativa, competências primordiais para uma sessão inspiradora e de alto impacto. Essas duas competências, asseguro aos leitores, quando ausentes, comprometem a qualidade de qualquer sessão de Coaching e, por conta disso, podem afastar o seu Coachee do processo, criando uma certa resistência para que ele volte para as próximas sessões.
Um círculo vicioso normalmente se instala quando não sabemos qual é o momento ideal para usar os métodos e as ferramentas, e o fenômeno se agrava ainda mais, quando não sabemos em qual sessão trabalhar cada etapa do nosso método e nem como relacionar nossas ferramentas com as necessidades do nosso Coachee, por vezes conduzindo as questões e situações trazidas pelo Coachee de forma tal a se encaixarem nas ferramentas que escolhemos usar, ou aquelas que dominamos, sem a consciência de que cada indivíduo tem uma forma diferente de aprendizado.