Os desafios crescentes em capital humano, enfrentados pelas organizações de todo o mundo, como parte das suas estratégias competitivas, trouxeram para a mesa de discussões dos executivos de recursos humanos, a utilização do Coaching, como parte do modelo de desenvolvimento gerencial e de gestão de talentos, cada vez mais a requerer um olhar sobre os indivíduos, suas particularidades, sua unicidade.
O termo Coaching rapidamente disseminou-se no mercado, levando-o, inclusive, a uma certa banalização, dada a proliferação de práticas que se apropriaram desse termo tão importante, visando vender soluções mágicas para os crescentes problemas de capital humano que as empresas têm sido chamadas a lidar, infelizmente, na sua maioria, desprovidas de capacitação e compreensão adequados sobre essa prática, seguidos de um certo oportunismo por parte de profissionais pouco qualificados que se apresentam como Coaches.
Como executivo de Recursos Humanos, tendo atuado no âmbito das Américas Latina, Central e do Norte, com responsabilidades globais pela gestão de pessoas de multinacionais de destaque na área de tecnologia, vivi intensamente o desafio de preparar profissionais para exercerem o melhor do seu potencial, afinal, negócios de tecnologia dependem de forma crucial da qualidade do capital intelectual para a sua perenidade.
A experiência mostrou-me que, apesar da necessidade imperiosa de se manter programas corporativos de desenvolvimento de lideranças, com conteúdos programáticos de grupo, faz-se necessário trabalhar o indivíduo separadamente, se queremos, efetivamente, aumentar as chances de conhecer o pleno potencial de cada um e entender, desta forma, como a organização poderá ser beneficiada por ter, em seus quadros, pessoas satisfeitas por estar exercendo o melhor das suas capacidades e níveis motivacionais, naquele momento das suas vidas.
A Antroposofia, elaborada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, nos ajuda a entender o ser humano em seus níveis físico, vital, anímico e espiritual e nos mostra como essas naturezas do indivíduo, absolutamente distintas mas complementares, atuam em constante inter-relação. É mister a necessidade de se olhar o indivíduo nas suas múltiplas dimensões, respeitando o seu momento de vida e, sobretudo, sua unicidade.