Este artigo tem a pretensão de trazer uma reflexão sobre supervisão, que apesar de ser uma nova aplicação no coaching, se faz bastante necessária, pois temos debatido sobre este tema nas ICFs Globais desde 2009, e no Brasil iniciamos este debate em 2012. Na ICF Global de Londres em 2012 tive o primeiro contato com um curso de certificação em supervisão, já trabalhávamos com supervisão no nosso curso de Formação de Coaches, mas tinha interesse em me aprofundar e saber mais sobre as diferenças entre coaching, mentoria e supervisão. Então me inscrevi para o curso em 2014 na segunda turma de supervisão de UK realizado nos EUA.
Neste artigo, vou trazer uma pequena amostra das leituras que fiz sobre o tema durante o curso e até mesmo transcrever alguns supervisores e autores com quem tive contato durante o curso.
Visão histórica da supervisão
Michael Carroll e Robin Shohet são supervisores há mais de 30 anos e eles contam em seus livros que existem evidências de que a supervisão nasceu na psiquiatria na época de Freud através das discussões e reflexões práticas em pequenos grupos.
Nos anos 80 a supervisão fixou seu domínio na Inglaterra tendo como campo de atuação, além da psicologia e psiquiatria, todos os tipos de profissionais que lidassem com riscos e pessoas, tanto da saúde, quanto da educação incluindo até o serviço policial, estabelecendo critérios de credenciamento e possibilitando a ampliação da prática como uma ferramenta de desenvolvimento.
Com isso, a supervisão deixa de ter um olhar de como o trabalho era feito, para uma reflexão prática de como deveria ser feito, em termos de uma melhoria para o futuro.
O que se entende por supervisão?
Supervisão é uma forma de aprendizado experimental. É a reflexão sobre a ação, na verdade, a reflexão em ação, onde no presente consideramos o passado para influenciar uma ação de futuro. Para fazer sentido, nós entendemos, e em entendendo, nós aprendemos e, aprendendo fazemos diferente. Segundo Michael Carroll, a supervisão é um ciclo de aprendizado. Na conversa em que chamamos de supervisão, ele diz que é uma conversa sobre a conversa, nós damos significado a eventos e comportamentos, onde esperamos aprender com o aprendizado, o que vamos fazer na sequência.