A relevância da Supervisão - termo cujo uso e significado já foi explorado em reflexões importantes constantes do artigo de Rosa Krausz nesta edição – para o desenvolvimento contínuo da prática do Coaching Executivo, reside na contribuição de uma visão alternativa, fornecida por um profissional mais experiente, que inspire a confiança do Coach, e que provoque neste reflexões sobre a qualidade do Coaching praticado, ampliando a consciência sobre os processos nas perspectivas de todos os seus componentes e fatores intervenientes.
De acordo com o modelo preconizado por Peter Hawkins e adaptado por ele, Shohet, Ryde e Wilmot (2006), para cenários de Coaching, esses componentes e fatores englobam o cliente (Coachee), a intervenção praticada pelo Coach (sua visão, suas hipóteses de trabalho, os questionamentos praticados), a relação Coach-Coachee (quem conduz, as responsabilidades de cada um), o Coach (seus sentimentos, pensamentos, reações), a relação Coach-Supervisor (que pode espelhar a relação Coach-Coachee), o Supervisor (auto-reflexão) e o contexto (social, político, o sistema que engloba as relações, o contexto organizacional do cliente, mudanças legais e ambientais que interferem no Mercado), que constituem as sete áreas a serem exploradas nos diálogos entre Supervisor e Coach, dentro dos princípios de não-diretividade e relação equiparada, características bastante aproximadas da relação Coach-Coachee em processos de Coaching Executivo e Empresarial. Esse Modelo, exposto com brevidade, é conhecido como Seven-Eyed Model of Supervision.
Os autores e estudiosos em Supervisão podem diferir em opiniões e abordagens em relação à prática da intervenção, mas nota-se um consenso geral relativo à contribuição dessa outra visão para o aprimoramento constante da prática do Coaching Executivo, resultante das reflexões provocadas naqueles que a recebem.
É a característica do Coaching Executivo de ser uma atividade profissional muitas vezes praticada por profissionais que atuam de forma autônoma, que aumenta a relevância da contribuição dos processos que conhecemos sob o nome de Supervisão – termo “emprestado” de outras atividades profissionais de ajuda, tais como a Psicoterapia, a Psicologia, o Serviço Social, entre outras.
E para contribuir para a identificação de necessidades adicionais ao desejo e ao impulso para o desenvolvimento contínuo, o objetivo do presente artigo é comentar os sinais apontados por Jenny Rogers (2004), em sua obra "Coaching Skills", à luz da experiência de minha prática profissional como Coach Executiva e Empresarial que também atua em Processos de Supervisão.