O mercado de Coaching no Brasil tem se revelado bastante atraente para as pessoas que se interessam por trabalhar como coaches, seja interno em organizações, ou como, na sua maioria, autônomos. Se existe uma nova atividade profissional que cresce consideravelmente ano a ano, é esta. Este crescimento se dá tanto pelo interesse em contratar as mais diversas modalidades de Coaching, tais como executivo, carreira, negócios, vida, grupos, liderança, quanto pela quantidade e diversidade de cursos oferecidos para a preparação deste profissional.
Além do crescente interesse pela prática do Coaching, nos deparamos igualmente com uma metodologia de desenvolvimento humano ainda bastante nova e desconhecida para muitas pessoas. Podemos dizer até que alguns coaches com diferentes níveis de maturidade e experiência, nem sempre dominam a técnica, visto que sua prática suporta e mescla diversos modelos teóricos com ferramentas e embasamentos de diferentes ciências. Ademais, se trata de uma profissão ainda não regulamentada e com atuações diversificadas. Por estes motivos, torna-se imprescindível que estes profissionais tenham uma atuação consciente, ética, séria, responsável e comprometida com os fundamentos do Coaching.
Em vista disso, o que precisamos ponderar com relação à formação de coaches? Se conhecer para conhecer o outro. Esta afirmação segue a análise de Sartre sobre o processo de consciência e construção de si, onde passamos a pensar o papel do coach a partir do “ser-para-outro” – um Outro que também olha, nomeia, reflete e participa da construção do mundo. Mas a consciência que o sujeito tem de si e do mundo torna-se, indubitavelmente, objeto para uma nova consciência. Nesta reflexão sobre os desafios da formação de coach, cabe lembrar que não se trata aqui de uma decisão pontual por esta ou aquela escola, mas por um processo de autoanálise e autoconhecimento profundos do ser humano em si, necessários para apropriar-se da sua trajetória profissional, seja ela qual for, antes de eleger a formação com a qual mais se identifica. Desta forma, vamos começar admitindo que existem, sim, pré-requisitos para quem quer Ser coach com “S” maiúsculo, diferentemente do que anunciam alguns programas! E estes pré-requisitos começam por um olhar consciente da sua história pessoal e profissional, pois para que se dê o encontro com o outro, é preciso ter consciência de si. Uma boa formação deve ser capaz de ajudar o coach na ampliação de consciência do que já tem e do que precisa desenvolver. Neste sentido, sugiro inicialmente algumas reflexões: