Caro leitor,
Será tão simples assim “virar” Coach???
Lembro-me, no final da década de 90, quando deixei o mundo organizacional como empregado e lancei-me na carreira de consultor, que quem perdia seu emprego como executivo ou mesmo escalão menor, fazia um cartão em casa, muito comum naquela época, e colocava “Consultor”.
Eu, que planejei um processo de mudança radical, investi tempo e dinheiro em um MBA, muita leitura, muitos seminários, um extenso trabalho de conclusão de curso, caí num mercado cercado de consultores por todos os lados. A maior parte deles se propunha apenas a fazer como autônomos o que faziam no emprego. Outros, e me lembro de alguns bem “caras de pau”, liam um livro sobre planejamento estratégico e passavam a implantar programas de mudança organizacional. Uma temeridade.
Bem, o mercado foi separando o que era bom do que não era.
Vemos o mesmo processo hoje com o Coaching. Bola da vez, o Coaching se difunde em cursos de final de semana que prometem ao aluno a possibilidade de realização pessoal ao “ajudar” outras pessoas a realizar seus sonhos, aliado a uma alta remuneração. O céu é o limite. Muitos absurdos têm sido relatados com grande frequência, tanto por empresas como por pessoas físicas que contratam este serviço.
A palavra “Coaching” tem se desgastado e seu conceito mal compreendido por boa parte do mercado.
Esta questão nos provocou a fazer uma edição falando sobre o que seja uma formação em Coaching, quais os requisitos, do aluno e do curso, carga horária, conteúdos, etc.
Para escrever este Dossiê, convidamos pessoas com vasta experiência e posicionamentos filosóficos consistentes. Ana Paula Peron, Beatriz Pinheiro e Tereza Cristina de Oliveira. Juntas, e cada qual em seu movimento e a seu tempo, compuseram um mosaico, que permite ao leitor refletir sobre inúmeros requisitos para alguém considerar-se coach.
Elas mostram que é preciso consistência, dedicação e muito trabalho.
Tenha uma excelente leitura,
Luciano Lannes
Editor
Artigo publicado em 20/07/2017