É muito comum considerarmos que razão e emoção representam dois conceitos diametralmente opostos e que cada ser humano opta por pautar suas ações de acordo com um ou outro conceito, conforme lhe for mais conveniente. Também é comum considerarmos que cada ser humano tem a predominância de um ou outro perfil. Ou seja, somos essencialmente racionais ou emocionais, embora seja facultado a cada pessoa o “direito” de transitar no perfil oposto quando lhe for conveniente ou necessário.
Mesmo sendo um conceito predominante na vida contemporânea, essa oposição entre razão e emoção nunca encontrou respaldo em pensamentos filosóficos ao longo da História. Os filósofos iluministas destacavam a importância da razão ao afirmarem que todo o progresso conquistado pela humanidade ocorreu graças à razão e ao conhecimento. E, ao valorizarem a razão e o conhecimento, os filósofos iluministas não faziam oposição à emoção, mas, sim, à irracionalidade e à ignorância. Assim, é importante considerar que o verdadeiro oposto da razão não é a emoção e, sim, a irracionalidade. Os filósofos não usavam a palavra “emoção” como referência ao que não é racional. Usavam vocábulos como “sentidos” ou “sentimentos” para exprimir tudo o que não obedecia a questões racionais. Defendiam também que são os sentidos que dão forma para o conhecimento adquirido.
Essas informações são classificadas de acordo com o código moral e ético de cada indivíduo. Ou seja, não é possível afirmar que determinada informação recebida do ambiente será internalizada da mesma forma por cada pessoa. O filósofo alemão Immanuel Kant costumava comparar esse fato com o que acontece quando colocamos água num jarro de vidro. A água toma a forma do jarro. Do mesmo modo, as impressões dos sentidos se adaptam às nossas “formas da sensibilidade”. Essa tese ficou cada vez mais forte à medida que vários filósofos racionalistas consideravam que a capacidade de distinguir o certo do errado era uma das principais qualidades do ser humano.