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Edição #30 - Novembro 2015

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Tornando-se quem se é

Desde tempos imemoriais o homem tenta dar conta do binômio razão-emoção, seja valorizando um em detrimento do outro, seja tentando unificá-los indistintamente, caindo muitas vezes na armadilha reducionista da hiper simplificação. Penso que não se trata de um conflito, mas de uma interação complexa e ampla, que abrange diversas compreensões de razão e emoção, afeto e pensamento. Nesse texto compartilho minha visão sobre o tecido vivo que vejo possível quando pensamos razão-emoção nas práticas de coaching.

Quando se passa por uma formação que, não se limitando a oferecer condições para ampliar a visão de mundo e a capacidade de atuação de outro ser humano, pretende também gerar aprendizagem, torna-se quase inevitável a busca por uma coerência com suas práticas, vivenciando-as e acercando-se de seus resultados. Para mim, o contato com a filosofia, seus conceitos e sua inspiração, é imprescindível para criar um território fértil de elaboração e experiências.

Escolhi abordar o tema razão-emoção usando as lentes da filosofia, consciente de que algumas vezes ela é associada por muitos a algo abstrato, da ordem do conhecimento puramente teórico e sem grandes aplicações na realidade, o que se opõe à visão geral do coaching.

O filósofo, muitas vezes, é tido como aquele ser um tanto desvinculado da realidade. Ouvi algumas vezes a definição da filosofia como a “ciência com a qual ou sem a qual o mundo permanece tal e qual”. Longe de pensar que a filosofia tem que ser útil, talvez a proposta seja encontrar a beleza da inutilidade, e deixando de servir a algo, ela passa a ser soberana – servindo a si própria – sendo guardiã da ética, da liberdade, não se subordinando a nenhum outro interesse que não seja os dela mesma.

Marilena Chauí nos arrebata com um parágrafo poético de seu livro Convite à Filosofia dizendo:

Qual seria, então, a utilidade da Filosofia? Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes. (Chaui, 2011)

Quero trazer um pequeno recorte do pensamento do filósofo holandês Baruch Spinoza na tentativa de empreender o desafio da articulação razão-emoção na prática profissional do coach. Pensador que me traz muitos tormentos, ele é visto por muitos outros pensadores como uma espécie de “padrinho” com grande influência no pensamento contemporâneo. O grande filósofo Henri Bergson disse que “todo pensador deve ter duas filosofias, a sua própria e a de Spinoza”.

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