Quando o Coaching começou a ser divulgado em São Paulo, a primeira vez em março de 2000, sabia-se muito pouco a respeito. Ele já vinha sendo praticado por alguns consultores desde o final dos anos 80, início da década de 90, mas ainda não tinha sido tratado pela mídia. Foi a partir de 2003 que o conceito passou a ser empregado e foi se alastrando pelo Brasil afora, porém já bem impregnado de confusões e práticas das mais diversas.
Um forte viés do uso do Coaching como punição se instalou em várias empresas naquele momento, quando estas o trataram como último recurso para se resolver o problema de desempenho de um profissional do qual eram esperados resultados melhores e/ou diferentes dos que ele vinha apresentando. Certamente a empresa já o havia pressionado de várias formas e acabava praticamente ameaçando-o com a possibilidade de um Coaching.
O profissional chegava apavorado para iniciar um processo de Coaching Executivo, já imaginando que se tratava da porta de saída da empresa, na qual muitas vezes já estava há alguns anos, imaginando o que seria de sua vida profissional dali para frente.
Algumas empresas, com o objetivo de acumular justificativas para a demissão, escolhiam a prática de um Coaching tipo 360º, envolvendo o máximo de pessoas numa “pseudo” avaliação daquele profissional, para ao final dizerem: "- Pois é, infelizmente o seu caso nem com um Coaching deu certo."
Embora umas poucas empresas ainda persistam nessa prática, a maioria hoje cuida do Coaching com o respeito que ele merece, por se tratar de um espaço de desenvolvimento pessoal e profissional da maior importância, tanto para o profissional para quem foi ele indicado, quanto para a própria organização. Mais que isso, o próprio Coaching veio trazer o respeito às capacidades de cada profissional dentro da empresa e uma forma muito mais democrática de administração. O simples fato dos processos de Coaching olharem de perto para os talentos de cada um e de como cada profissional pode contribuir de forma definitiva para o todo da Organização, veio tomar o lugar das arbitrárias decisões de se fazer “treinamentos” para todos da empresa, independente de serem necessários ou não para todos.
Imperativo é compreendermos que o engano ocorrido no tratamento da prática do Coaching como ameaça ou punição tem sua causa no não entendimento do real significado dos processos de avaliação internos de uma empresa, que poderiam e deveriam ser uma espécie de iluminação do seu caminho no todo e em cada área de suas atividades, com o objetivo estratégico da transformação constante para melhor, obtendo um lugar ao sol e ótimos resultados no mercado.