Em recente artigo que escrevi para esta revista, argumentei que a mensuração efetiva do sucesso de um processo de Coaching é um dos mais relevantes desafios enfrentados pelos envolvidos neste tipo de intervenção, isto é, o coach, a empresa e mesmo o cliente que passa pelo processo.
A pesquisa feita pela ICF – International Coach Federation, intitulada “Organizational Coaching Study”, de 2013, apontou para um mercado global de Coaching equivalente a cerca de 2 bilhões de dólares de faturamento anual, com destaque para o Coaching Executivo. Nesta mesma pesquisa, estima-se um total de cerca de mais de 40 mil coaches profissionais no mundo. As evidências apontam para um crescimento muito rápido no número de coaches profissionais, em resposta a uma demanda crescente por este tipo de atividade.
No lado corporativo, já há algum tempo, o Coaching é reconhecido como uma das 5 principais estratégias para o desenvolvimento de lideranças (Bennet, 2006), além de estar se estendendo a outros níveis hierárquicos dentro das empresas. Não há dúvidas de que o Coaching executivo vem se tornando cada vez mais relevante como ferramenta para o fortalecimento da capacidade de liderança executiva no mundo corporativo.
Não é de surpreender, assim, ser também crescente a atenção e o questionamento colocado pelas empresas a respeito da efetividade dos programas de Coaching por elas patrocinados. Afinal, com tanto dinheiro investido nesse tipo de intervenção, qual é, de fato, o retorno obtido?
No já citado estudo da ICF de 2013, as respostas obtidas indicam que a maior parte das organizações pesquisadas revela “saber” ou “reconhecer” a efetividade do Coaching em termos de impacto e criação de valor para as empresas. No entanto, as evidências que suportam tal afirmação são de caráter empírico, quando muito. Processos quantitativos de avaliação parecem ser raros. É relativamente comum encontrar a aplicação de processos 360º, seguido de pesquisa de clima/satisfação. Na maioria dos casos, a avaliação fica restrita ao feedback obtido junto ao próprio executivo.
Acredito ser incontestável que as empresas mais e mais irão exigir uma mensuração dos impactos do Coaching de forma abrangente, consistente, realista e da forma mais tangível possível. Empresas e coaches precisam estar preparados para enfrentar essa demanda, de forma responsável, criativa e eficaz.
De fato, sob a perspectiva das empresas, parece haver várias razões para isso, entre elas:
• Responsabilidade fiscal: o investimento em Coaching implica na utilização de recursos que são sempre limitados por natureza e, portanto, precisam ser aplicados de forma eficaz, o que significa a necessidade da justificação e da comprovação, de forma concreta, do seu uso e dos resultados obtidos;
• Validação para o “bottom line”: da mesma forma que o investimento em uma nova tecnologia, produtos novos, aquisição de ativos, etc., o investimento em Coaching precisa ser validado em termos da contribuição para o resultado gerado pelo negócio para seus acionistas;