Logo ao início de um artigo publicado pela Harvard Business Review em 2009, a respeito de uma pesquisa sobre Coaching Executivo, é feita uma rápida menção ao Cardeal Richelieu, estadista francês que viveu no século XVII. Segundo a história, o Cardeal recorria com frequência aos conselhos do Padre François Leclerc du Tremblay, que se tornou conhecido como a “eminência parda” da França à época, por conta da coloração das suas vestimentas. Para as autoras do artigo, D. Coutu e C. Kauffman, os líderes e executivos de negócios de hoje, assim como o famoso cardeal, também contam com suas eminências pardas. Esses não são mais monges vinculados a votos de pobreza; são geralmente chamados de coaches executivos e podem ter ganhos de até 3.500 dólares por hora!
Pouco se falava a respeito deste tema há 30 anos; há 20, o uso do Coaching Executivo já despontava, ainda que em grande parte direcionado a ajudar executivos com sérios problemas de desempenho, que muito provavelmente seriam demitidos caso nada fosse feito. Hoje em dia, o Coaching Executivo é uma solução relativamente e com alto potencial para assegurar desempenho excepcional dos talentos mais críticos das organizações empresariais.
A Annual Executive Coaching Survey de 2015, publicada recentemente pela Sherpa Coaching, revela que, se em 2006, as razões reportadas para Coaching se referiam a “resolver um problema” correspondiam a 33% do universo pesquisado, em 2015 esse número cai para 21%. Inversamente, se em 2006, as razões que se referiam a “desenvolvimento de liderança” representavam 43%, em 2015, esse número passa para 56%, o que comprova claramente uma mudança de foco.
Também de acordo com essa mesma pesquisa, se no passado havia sinais de uma certa democratização, com o Coaching sendo disponibilizado para boa parte dos níveis hierárquicos das empresas, mais recentemente vinha se tornando uma solução reservada para os níveis mais seniores e, em alguns casos, apenas para executivos chave. A pesquisa evidencia, no entanto, uma certa reversão desse quadro, com gradualmente mais e mais executivos tendo acesso ao Coaching. O ICF Organizational Coaching Study, de 2013, confirma que Coaching, na maioria das empresas, é reservado aos seus níveis mais seniores e aos executivos considerados como de alto potencial. Apenas em uma minoria delas, Coaching é disponibilizado para qualquer nível hierárquico.
Sabemos que Coaching funciona e produz resultados, ainda que não saibamos exatamente porque (a bem da verdade, a neurociência já vem trazendo algumas respostas, como o impacto do Coaching em termos de neuroplasticidade). O ICF Global Coaching Client Study de 2012 traz várias evidências de impactos positivos para melhoria em áreas como desempenho no trabalho, gerenciamento de negócios, administração de tempo, efetividade no trabalho em equipe, autoconfiança, habilidade em relacionamentos, comunicação e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.