Origens
A palavra “Mentor” vem do grego e lembra a lendária figura do fiel escravo, de mesmo nome, a quem Ulisses entregou a educação do seu filho Telêmaco, ao partir para a Guerra de Tróia. Os termos “Tutor” e “Preceptor” também são usados. Por exemplo, Aristóteles foi Preceptor de Alexandre Magno na juventude. José Bonifácio foi Tutor de D. Pedro II na adolescência. Na Idade média havia a figura do Mestre de ofício para os aprendizes de uma profissão. Até na moderna escola, temos o Orientador de Tese dos mestrandos e doutorandos. O que se percebe em todos estes termos é que a figura de um Mentor, nas suas diferentes expressões, é antiga e tem sempre um forte conteúdo pedagógico. É sempre alguém mais experiente que orienta alguém, seja para a profissão ou para o exercício do poder ou para expandir suas áreas de conhecimento.
Atualidade
Hoje em dia existem diversas ferramentas de desenvolvimento e de evolução. As ferramentas mais utilizadas atualmente são o Counselling, o Coaching, o Mentoring e, mais recentemente, o Holomentoring, termo cunhado pelo Instituto Holos de Qualidade.
A dificuldade da conceituação
Existem diversas vertentes, linhas de pensamento e diferentes visões de mundo dos autores que escrevem ou tentam definir os conceitos de Counselling, Coaching e Mentoring, muitas vezes contraditórios entre si. O que um chama de Mentoring é para o outro o Coaching e vice-versa. Nos últimos anos foram se criando inúmeras modalidades de Coaching, tais como: de Vida, de Saúde, de Qualidade de Vida, Esportivo, Familiar, Beleza, Educação, Negócios, Liderança, Financeiro, etc. Também para o Mentoring, existem algumas formas diferentes, tais como o Mentor-pai (que age como um amigo mais velho, conselheiro espiritual, confessor), o Mentor de carreira (que acompanha a evolução profissional ou acadêmica), o Mentor profissional (um profissional mais experiente que orienta um trainee ou pessoas em fase de promoção e qualificação interna), etc.
A abordagem do autor
Em minha abordagem, não pretendo defender ou atacar nenhum conceito, pois todos buscam atender, cada um a seu modo, uma determinada necessidade humana. Pretendo que a conceituação que estou propondo e a metodologia específica que a acompanha, não se tornem uma cortina ou um impedimento de servir mais amplamente às pessoas. Embora necessitemos de conceitos e metodologias, a Vida e o Ser Humano estão além delas. Como todos os processos e necessidades humanas estão interligados e são interdependentes, quero adotar, no contexto deste artigo, uma abordagem holo-sistêmica ("holo" significa visão mais ampla do todo e "sistêmico", a interligação das várias partes). É esta visão holo-sistêmica que vai nos guiar para a compreensão do que entendemos por Mentoring. Quando, pois, me proponho conceituar e definir o Mentoring, estarei me referindo ao que denomino de Holo-Mentoring. Nós partimos da termo-raíz da palavra Mentoring: ‘Mente’. E este termo determina o que entendemos por Mentoring, Mentoria, Mentor, Mentorado. A Mentoria, pois, tem a ver com trabalhar com a mente de alguém. Mas será que é fácil trabalhar com a mente das pessoas?
A mente do ser humano tem como suporte físico o cérebro. E o cérebro humano é fruto de um longo processo de aperfeiçoamento da capacidade de se comunicar com o meio em que se vive. No ser humano, este fantástico instrumento de comunicação com o meio interno e com o mundo externo atingiu um nível extraordinário de complexidade.