“O futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído; e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quanto o destino.”
Saint Exupéry
Sempre nos perguntamos o que impede o cliente de promover a mudança tão desejada. Basta pensar no seguinte: quantos itens do nosso plano de final de ano conseguimos cumprir? Felizmente para alguns, a maior parte, mas não para a grande maioria. O que pega? Se a gente quer, por que não muda? O que está faltando? Ou esperando? Que vontade é esta que está no verbal, mas não está no coração?
Por trás destas indagações, está a relação entre desejos, vontades e intenções, versus ações e mudanças planejadas. Qual o significado desta mudança? Onde está ancorado este desejo de mudança?
Antes de tudo, é preciso entender o SER humano, em todas as suas dimensões anímicas. Rudolf Steiner nos revela que o ser humano tem três dimensões de alma: PENSAR, SENTIR e QUERER. Ter essas dimensões alinhadas e coerentes entre si permitirá que o cliente atue e se coloque no mundo através de uma manifestação de completa consciência do seu Eu.
O Pensar é constituído pelos conceitos, julgamentos, interpretações e representações mentais que o cliente tem de si e do contexto. O Sentir engloba o mundo dos sentimentos, numa extensa grade de manifestações entre a simpatia e a antipatia. Já no Querer, o cliente sai de um nível mais instintivo da cobiça e desejo, para um nível mais profundo do motivo, da intenção e da resolução.
Nosso papel enquanto coaches é, em primeiro lugar, deixar de lado todas e quaisquer interpretações e julgamentos – é necessário até mesmo termos um claro entendimento sobre o que é meu e o que é do outro, para assumir em parceria a pesquisa das coerências e incoerências entre o discurso (pensar) e a prática (agir). Num primeiro instante pode parecer um contrato inicial de coaching, mas também é a espinha dorsal do trabalho para desvendar um cliente e seus impedimentos de mudanças - bloqueios.