Se você está lendo esta revista é porque certamente tem interesse na prática de Coaching, como desenvolvê-la e como se tornar um profissional qualificado da área. Mas, geralmente, depois de ter feito sua formação, a dúvida que fica é justamente como precificar o serviço prestado. Como fazê-lo? Qual o preço justo a ser cobrado? Como agregar valor ao trabalho desenvolvido? Como demonstrá-lo ao cliente? Como lidar com os contratantes que priorizam o preço em vez da qualidade? Antes de analisarmos cada um desses pontos, precisamos chamar a atenção para um aspecto: o Coaching ainda não é uma profissão regulamentada. Sendo assim, cada Coach é livre para estabelecer os preços de seus serviços bem como suas formas de pagamento. Caso diferente, por exemplo, dos profissionais de arquitetura, que têm um piso mínimo como referência, ou seja, algo em torno de R$ 4 mil por seis horas.
Para complicar ainda mais este cenário, alguns programas de formação anunciam seus cursos com frases bombásticas do tipo: “Faça o curso de coaching e fique rico”.
O que recomendo para os Coaches iniciantes é que eles tenham como base as suas remunerações de cargos anteriores, somando todos os benefícios que antes eram recebidos, divididos por horas de trabalho. Assim criarão uma referência para o preço mínimo que precisam cobrar pelo serviço de Coaching, para não perder poder aquisitivo. No entanto, este valor no início será uma meta, pois nem todos vão conseguir este valor.
Agora, para que o trabalho seja valorizado diante dos olhos dos clientes, o Coach deve adquirir experiência e novas vivências, o que agrega significativo valor e chancela o preço cobrado. Essa experiência deve ser adquirida através da prática constante, levando consequentemente o Coach a um melhor exercício da profissão. E por que a prática faz o Coach se aperfeiçoar e melhorar suas técnicas? Conforme vamos adquirindo novos conhecimentos e informações, o nosso cérebro traça uma trilha de sinapses, porém uma trilha muito leve. Essas conexões são feitas igualmente, por exemplo, quando aprendemos a dirigir. No início não conseguimos conversar com a pessoa ao lado, prestar atenção ao rádio, enfim realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Somente com o desenvolvimento da prática é possível fazermos essas coisas, além de dirigir. Ou seja, à medida que se vai praticando, essa trilha de sinapses torna-se cada vez mais forte.
E é através disso que o Coach consegue se desenvolver, ficando menos preso à técnica e realizando o trabalho de forma natural e eficaz. Dessa forma, ele perceberá que o resultado será obtido de forma bem mais profunda do que no início da carreira, além de que cada vez que ele adquire maior experiência, o valor cobrado pelo serviço pode ser mais alto, pois absorverá mais prática em relação à aplicação das técnicas do Coaching.