Temos muitos benefícios relacionados ao fato dessa prática ter entrado fortemente nos discursos corporativos e acadêmicos. Criamos espaços para conversas significativas, que estão cada vez mais raras por razões diversas, como a falta de tempo em virtude da pressão por resultados, a falta de interesse e de recursos para olharmos para nós mesmos e para nossos comportamentos. Além disso, na minha experiência, tenho visto cada vez mais a aridez de repertório individual para que uma conversa significativa possa se sustentar.
Toda nova disciplina ou nova profissão necessita de um “tempo de acomodação” para se consolidar enquanto tal e quando olhamos para o trajeto do Coaching enquanto nova disciplina, vemos que muitas iniciativas vêm sendo empreendidas, principalmente no sentido de capitalizar a qualquer custo tudo que o envolva.
Um exemplo disso é o surgimento de inúmeros cursos que se propõem a formar coaches em 2 ou 4 dias. As formações viraram uma indústria e seus proponentes, na maioria das vezes, sequer fazem atendimentos de Coaching ou trabalham com equipes. São pessoas que se expressam razoavelmente bem e falam de um “mundo ideal” do Coaching, que raramente se concretiza na prática.
Recebi recentemente um anúncio por e-mail de uma pessoa que se propunha a “revelar” em apenas uma hora, on-line, segredos que as escolas de formação não “querem” que ninguém saiba. É claro que depois disso eram desfiadas uma a uma as contas do “rosário” de promessas de facilidades, de passo-a-passo, de reconhecimento público, e de renda satisfatória e abundante. Um negócio que, diga-se de passagem, eu adoraria ter!
E é com essa esperança que nascem algumas escolas de Coaching que ministram formações e, literalmente, arremessam no mercado o que tenho chamado de “órfãos do Coaching”, ou seja, pessoas que investiram alto e não têm a menor ideia do que fazer com aquele pacote de ferramentas que lhes foi entregue em um fim de semana, além de esperarem (ingenuamente) que ficarão milionários.