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Edição #16 - Setembro 2014

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Onde está o Gato Preto?

“O truque da filosofia é começar por algo tão simples que ninguém ache digno de nota e terminar por algo tão complexo que ninguém entenda”
Bertrand Russell

A palavra Filosofia é originária do ver­bo grego philosophein, que significa amar - philia - a sabedoria - sophia - ou ainda, a busca amorosa pela verdade, dependente da corajosa reflexão e do pensar da pessoa acerca da vida, do mundo e do universo. Ajudar a pensar é função do coach, do professor, do líder, que provoca positivamente seu interlocutor para que este pondere os episódios de sua existência e de suas escolhas. Parte do nosso sucesso indi­vidual depende desta habilidade de conceder significado ao mundo que nos abarca, assim como aos encontros e às conjunturas que nos determinam. Alguns processos de coaching, se bem conduzidos, podem ajudar o clien­te a determinar o que, onde, como e quando gostaria de realizar em sua vida, auxiliando-o a viver a vida boa, mas nunca garantindo a vida boa, a vida que vale a pena ser vivida. Logo, assumo a opinião de que alguns pro­cessos de coaching guardam em si o potencial de serem dinamizadores do pensamento ético, ou seja, da delibe­ração da melhor das vidas a ser vivi­da e, consequentemente, convivida. Todavia, é preciso cautela pois nem todas as práticas atualmente descri­tas como coaching têm sintonia com os pressupostos do exercício filosófi­co, onde se respeita o livre pensar e a livre escolha.

Conselhos advindos de “gurus” do mundo corporativo, algumas formas de consultorias, práticas new age, e até afirmações advindas da física quântica são comumente embaladas no mesmo pacote que hoje denomi­namos de coaching. Nesses casos, o coaching, pouca ou nenhuma relação guarda com a Filosofia e com as per­guntas éticas:

O que é o bem?;
O que é o mal?;
O que deve ser feito?;
O que pode ser feito?;
O que fazer para viver bem?;
O que fazer para conviver bem?

Tais perguntas servem não somen­te para auxiliar-nos a viver melhor, mas principalmente a conviver me­lhor, e são indagações que se ade­quam aos diferentes contextos da existência humana. Costuma-se afirmar que o coaching é uma abor­dagem relativamente recente, muito embora, defendo a opinião de que Sócrates, há dois mil e qui­nhentos anos, assim como muitos filósofos que o seguiram, já exer­ciam com muita competência esta atividade. Muitas das demandas supridas pelas escolas de coaching já nos foram apresentadas no pas­sado, com uma roupagem distinta e, na maioria das vezes, amparadas por uma argumentação mais sólida e muitas vezes, mais consistente. No entanto, sou levado a crer que o “modismo” do coaching pode demonstrar também um anseio das pessoas pela busca de sentido em suas vidas, uma necessidade de compreender melhor as nuan­ces de seus processos delibe­rativos, de suas escolhas e dos reflexos dessas em suas biografias. O coaching, em algumas oca­siões, pode estar sen­do usado como um tipo mais pop de Filosofia, pois está em um deter­minado momento, tornou-se tão acadêmica e hermética que per­deu sua função mais importante, que era a de ajudar o ser humano a pensar sua existência, amparando­-o na escolha dos melhores cami­nhos a serem seguidos na busca por uma vida melhor.

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