Por todo o mundo as pessoas estão perguntando: “- Com tanto progresso no mundo, por que não estamos mais felizes?” Um número crescente de estudos científicos têm sido feitos para tentar responder a essa pergunta crucial. No início dos anos 1980, em um período de cinco anos, apenas 200 artigos acadêmicos sobre felicidade foram publicados; nos últimos 18 meses, esse número chegou a 27.335! Então, segundo todas essas pesquisas, o que traz felicidade?
Certamente que progredir na carreira e ser promovido no trabalho me fará feliz, certo? Lamento, mas não. Um estudo feito pelo Instituto para o Estudo de Trabalho em Bonn, na Alemanha, em 2012, descobriu que “não há evidências que promoções impactem positivamente na saúde ou na satisfação com a vida”. Além disso, os pesquisadores notaram que em dois ou mais anos depois da promoção, a saúde mental do funcionário é significativamente menor, impulsionada predominantemente pelo aumento da ansiedade.
Promoções promovem segurança no trabalho, geram ganhos de percentagens e maior satisfação em geral com o trabalho no curto prazo, mas têm efeitos desprezíveis na saúde e felicidade do funcionário. A despeito de salários mais elevados e maiores privilégios, depois de dois anos a saúde mental dos funcionários se deteriora significativamente devido ao aumento da responsabilidade, cobrança e carga horária. Ou seja, o estresse adicional implícito com as promoções eventualmente anula o ganho do status adicional.
Nem promoção nem riqueza necessariamente nos fazem felizes. Há trinta e cinco anos, o economista Richard Easterlin, da Universidade da Califórnia do Sul, EUA, provou que quando as necessidades básicas das pessoas por alimento, moradia, ordem pública e emprego são atendidas, uma maior riqueza não gera mais felicidade. Isso é um conceito chave no novo campo de Economia da Felicidade – “mais não é melhor”.
Como Easterlin diz: “- As pessoas estão apegadas à ideia de que mais dinheiro irá lhes trazer mais felicidade, e com isso elas acabam sacrificando sua vida familiar e saúde para ganhar mais dinheiro. Mas a ironia é que a saúde e os relacionamentos pessoais estão entre os mais poderosos previsores para a verdadeira felicidade. E é exatamente isso que essas pessoas estão sacrificando”.