Muitas empresas não sabem por onde começar quando se trata de criar uma área de diversidade, equidade e inclusão (DEI) ou de implementar projetos relacionados. No entanto, quero compartilhar alguns cases que não apenas “aceleraram” esses esforços, mas também se mostraram lucrativos em termos de posicionamento no mercado, na criação de produtos para todos e especialmente criando novos mercados.
A integração com consumidores, o ecossistema e grupos minorizados, especialmente pessoas com deficiência, pode ser uma estratégia poderosa. Utilizando pessoas com deficiência para apoiar o desenvolvimento de produtos, essas empresas descobriram que é possível criar soluções lucrativas, abrir novos mercados e tecnologias, além de gerar outras oportunidades de negócios. Aqui estão três exemplos de sucesso, um internacional e dois brasileiros, esses casos demonstram que investir em diversidade e inclusão, especialmente no desenvolvimento de produtos acessíveis, pode ser uma estratégia lucrativa e transformadora, foi utilizado cases do varejo e físico para facilitar a explicação e desenvolvimento, mas temos outros cases e misturado com o digital. Ao valorizar a diversidade e trabalhar em estreita colaboração com grupos minorizados, as empresas não apenas atendem às necessidades de um público mais amplo, mas também se posicionam como líderes em inovação e responsabilidade social:
CASE DA NIKE:
Uma Revolução na Acessibilidade
O case da Nike é um dos mais memoráveis quando se fala em inovação e inclusão. A Nike teve uma grande evolução, especialmente na implementação de diversidade e isso impulsionou na criação de produtos acessíveis, que culminou na criação de uma diretoria de acessibilidade e uma posição de conselho.
Em 2018, um garoto chamado Matthew Walzer, que tem paralisia cerebral, escreveu uma carta para a Nike. Ele usava tênis da marca devido a palmilhas especiais que se adaptavam bem a ele. Na carta, Matthew dizia: "O meu sonho é ir para a universidade que escolher sem ter de me preocupar com alguém a vir atar os meus sapatos todos os dias. Sempre usei sapatilhas de basquetebol da Nike. Só consigo usar este tipo de calçado porque preciso de suporte para os tornozelos para conseguir andar. Com 16 anos, sou capaz de me vestir completamente sozinho, mas os meus pais ainda têm de atar os meus sapatos. Como adolescente que está a esforçar-se para se tornar totalmente independente, acho isto extremamente frustrante e, por vezes, embaraçoso."
Essa mensagem poderia ter sido apenas mais uma carta, mas a Nike decidiu ir além. Eles convidaram Matthew para participar do desenvolvimento de um novo produto. Foi um processo de validação ampla do mercado, envolvendo não apenas Matthew, mas diversas pessoas com deficiência, juntamente com uma equipe multidisciplinar de engenheiros e designers.