Para uma ampla compreensão do conceito de ações afirmativas, seus papéis e mecanismos, é necessário considerar a agenda de DEI – Diversidade, Equidade e Inclusão – como estratégia de negócios, transbordando critérios de responsabilidade social, bem como mirar em um horizonte em que pessoas são o diferencial competitivo, dado o contexto da exponencial progressão da inteligência artificial. Pode-se considerar duas grandes frentes de impacto do mover dessa estratégia: cultura inclusiva e demografia diversa.
Aborda-se aqui o entendimento de Diversidade, Equidade e Inclusão como ciências complementares e partes do modo como se faz negócios. Desse modo, ações afirmativas são ferramentas viabilizadoras da agenda que, somadas ao ecossistema de iniciativas, visam resultar, principalmente, em uma curva demográfica de diversidade.
Ferramentas táticas, como conscientização e educação, têm papel essencial na promoção da gênese de uma cultura inclusiva. Esse resultado inicial deve anteceder os movimentos demográficos, entretanto, não pode, em hipótese alguma, manter-se isolado de resultados tangíveis. Caso esse fato seja uma realidade, a agenda de DEI torna-se desejável e não estratégica. A cultura evolui multidirecionalmente, e sua responsabilidade deve ser imputada a todos os membros da organização, nos mais diversos níveis hierárquicos, ao passo que a ferramenta objeto deste artigo moverá os quadros demográficos da companhia e, de modo massivo, terá sua chancela proveniente dos níveis de decisão organizacional. Considerado esse contexto, é relevante compreender que as múltiplas ferramentas de impacto cultural e demográfico, necessariamente, caminham conjuntamente.