Falar sobre diversidade é, na essência, falar sobre as relações. A diversidade está presente em todos os aspectos da vida e não se trata apenas de aceitá-la ou não; é uma questão de como cada indivíduo escolhe vivenciá-la em sua totalidade. Ao olharmos para a natureza, observamos a riqueza e a complexidade do mundo em que vivemos. Não poderia ser diferente em nossa sociedade. Nela, a diversidade refere-se a uma vasta gama de características que tornam cada pessoa única, incluindo, mas não se limitando a diferenças de raça, etnia, gênero, orientação sexual, idade, religião, deficiência, nacionalidade, níveis educacionais, classe social e status socioeconômico.
No entanto, se somos diversos por natureza, por que precisamos discutir este tema? A resposta é simples: vivemos em uma sociedade que historicamente tem sido construída com base em padrões que ignoram ou marginalizam o que não é igual a eles. Apesar de reconhecermos que a diversidade é uma realidade, dependendo das características que uma pessoa tem, ela pode ocupar um lugar diferente em termos de oportunidades dentro da sociedade e sofrer preconceito, segregação e/ou injustiças sociais profundas simplesmente por ser quem é.
Traçando uma linha do tempo, especialmente no Ocidente, podemos observar que a influência da sociedade grega e romana teve um peso significativo na formação das estruturas sociais atuais. Essas civilizações, em sua busca pelo poder e expansão territorial, frequentemente elevavam um ideal de corpo e mente, resultando na exclusão de determinados grupos. Mulheres, pessoas escravizadas e diferentes etnias eram constantemente afastadas das esferas de poder e participação cívica, sem contar as pessoas com deficiência que eram mortas na maioria das vezes. Na Idade Média, isso se intensificou com a formação de feudos e hierarquias rígidas, onde a mobilidade social era quase inexistente. Com o advento da colonização, populações indígenas e africanas foram brutalmente excluídas e segregadas com base em suas características raciais e culturais, experimentando políticas de marginalização que negavam seus direitos básicos. Sem contar o apagamento da cultura, tecnologia, personalidades e tantas outras conquistas destas pessoas.