Considerando que tecnologia é um conjunto de técnicas, processos, métodos e conhecimentos aplicados à resolução de problemas, podemos afirmar que a tecnologia faz parte da vida dos seres humanos desde sempre.
Uma das primeiras inovações tecnológicas notáveis foi a roda. E, ao longo da nossa história, temos inúmeros exemplos de tecnologias que mudaram o jeito de vivermos e de nos relacionarmos.
É inegável que, graças ao avanço tecnológico e científico, a humanidade teve muitos benefícios, como o diagnóstico precoce e a cura de doenças fatais e a automação de tarefas pesadas e repetitivas, por exemplo.
Faz parte da natureza humana buscar seu próprio desenvolvimento, por isso entendo que faz parte de ser humano criar e usar tecnologias.
Estamos vivendo um momento ímpar da história, onde a tecnologia cresceu de forma acelerada e exponencial nas últimas décadas.
Sinto-me privilegiada por estar viva neste momento, por ter experimentado o mundo antes e depois da Internet, e por poder contribuir para melhorar a vida das pessoas através da tecnologia.
Nossa vida melhorou em vários aspectos, por exemplo: não é mais necessário decorar detalhes das coisas porque temos acesso a uma base de dados que tende ao infinito e nos responde praticamente qualquer pergunta; podemos conversar por vídeo, em tempo real, com pessoas queridas que estão distantes fisicamente; podemos pagar uma conta sem precisar ir à agência bancária e esperar em uma fila. Essa lista é longa.
Porém, nem sempre a tecnologia é utilizada de maneira ética e benéfica aos seres humanos e ao planeta. E chegamos a um momento da história em que isso está mais evidente.
Há quem diga que a tecnologia é uma ferramenta neutra e que ela pode ser boa ou ruim, a depender do uso que se dá a ela, como seria com uma faca, por exemplo, que pode cortar o alimento ou matar uma pessoa. Porém, com base na Psicologia Social, aprendemos que o ser humano é um ser social, ou seja, ele torna-se uma pessoa através das relações e é influenciado por elas, pelo ambiente e pelo contexto em que está inserido. Há estudos que mostram que o ambiente é maior preditor de comportamento do que a personalidade do indivíduo.
Com este olhar, concluo que a tecnologia não é neutra. Independente da intenção do seu uso, ela muda nossos valores e comportamentos, a forma de nos relacionarmos, de pensarmos, de sentirmos e de agirmos. Muda a cultura de uma nação inteira.
E quando colocamos uma lupa no atual cenário, com smartphones com preços mais acessíveis, redes sociais com algoritmos viciantes, Inteligência Artificial inundando nosso dia a dia, podemos ver com mais clareza esse ponto.
Somos influenciados pelas propagandas e pelas pessoas de nosso convívio: “como assim você não tem celular e nem rede social?”, “como assim você não viu o novo ‘meme’, a nova ‘trend’, a nova gafe do famoso ‘quem?’”.