As novas soluções para os desafios do desenvolvimento sustentável, envolvem antes de mais nada a evolução do paradigma da sustentabilidade para a regeneração, ou seja, pararmos com estratégias de reduzir impactos para estratégias de recuperar e ampliar as capacidades de regeneração, empoderamento e autonomia.
Tendemos a repetir soluções que reforçam os mesmos padrões de comportamentos, estruturas e sistemas, pois no fundo ainda estamos operando a partir dos mesmos níveis de consciência e modelos mentais, o que nos impede de enquadrar os problemas e desenhar novas soluções.
Então grande parte das lideranças, mesmo que concordem com princípios fundamentais necessários à mudança individual e coletiva, parecem não conseguir fazer suas transformações mais profundas em sua própria forma de ser, pensar, relacionar, colaborar e agir.
Com isso também repetimos padrões de separação de si mesmo, ou seja seus próprios valores e atitudes, assim como na forma como nos relacionamos com as outras pessoas, atores e organizações, que perpetuam relações baseadas em polarizações, conflitos e competições que favorecem interesses institucionais na barganha de influências das mesmas estruturas de poder.
Essa situação nos demonstra que precisamos direcionar a mudança sistêmica de dentro para fora, primeiramente a partir do trabalho de desenvolvimento interior de agentes de mudança e em seguida direcionando suas ações para a dimensão interior das mudanças sistêmicas.
O desenvolvimento interior de agentes de mudanças
O desafio da mudança individual parte não só da intenção de mudança interior, mas da recuperação de capacidades interiores para a transformação da consciência. O que requer a reconexão de habilidades transformadoras que permitem acessar a fonte de pensamentos, sentimentos, emoções, vontades e até memórias e histórias que condicionam a personalidade dos indivíduos e as identidades coletivas.
As práticas e abordagens baseadas na transformação da consciência, na contemplação, na atenção plena, nas ciências cognitivas, na empatia e compaixão, no trabalho de traumas, na transpessoalidade e espiritualidade, na reconexão com a natureza, com as gerações passadas, presentes e futuras,
os espaços coletivos de diálogo e muitas outras aparecem como o novo conjunto de soluções sistêmicas necessárias para a transformação interior e exterior, no individual, coletivo e sistêmico.