O Conceito de marca pessoal, surgido de premissas raramente questionadas e frequentemente aceitas sem crítica, merece uma revisão aprofundada. Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre o que entendemos por marca pessoal, porque necessitamos deste conceito e como ele pode beneficiar tanto a nós quanto às pessoas que auxiliamos em seu desenvolvimento pessoal.
As Origens
A marca pessoal nasceu na cultura norte-americana, como muitos outros conceitos adotados globalmente. Até os anos 90, o termo “marca” estava associado apenas a produtos e serviços. Tom Peters, consultor de negócios e palestrante, foi pioneiro ao aplicar o conceito de marca às pessoas. Em seu conhecido artigo "The Brand Called You" dos anos 90, Peters propôs a ideia no contexto da revolução tecnológica da Internet, desafiando o modelo hierárquico corporativo e enfatizando o valor do indivíduo como o "CEO de sua própria vida".
As Premissas e Fundamentos
Tom Peters utilizou princípios de branding de produtos e serviços para desenvolver sua ideia de marca pessoal. Ele acreditava que uma marca é um "sinal de confiança", e não apenas uma ferramenta de marketing. Segundo Peters, ao entendermos a nós mesmos como um 'produto', podemos identificar o que nos faz ser escolhidos e qual deveria ser nosso slogan.
Os objetivos de Peters para a Marca Pessoal focavam no desenvolvimento do indivíduo, promovendo independência e autonomia por meio de um portfólio de projetos entusiasmantes, ou “projetos UAU!”, como ele se referia a eles. Abaixo temos um exemplo do seu pensamento (Peters, 2000)
“Marca você é uma ideia pragmática, comercial. Tem a ver com sobrevivência quando a merda-bate-no-ventilador-dos-colarinhos-brancos. Mas também tem a ver com oportunidade. E liberação. E definição. (Autodefinição.)
— Isto é: o que eu quero ser?
— O que eu significo?