A primeira vez que experimentei um ambiente de trabalho tóxico em minha carreira, foi quando fui promovida, e com isso, transferida para atuar na equipe da matriz da empresa. Quando cheguei ao meu novo local de trabalho, nem todos os colegas vieram dar-me as boas-vindas. Os mesmos colegas com quem eu interagia de forma frequente, ligando desde uma das filiais da empresa, agora me olhavam com reticência.
O que havia mudado? Será que o reconhecimento que eu estava recebendo causava inveja aos demais? Por que tinha que ser assim?
O que me chamava a atenção era o fato de o gerente da área parecer não se dar conta do que estava acontecendo. Eu trabalhava em treinamento, e minha colega, também de treinamento, disse-me abertamente que gostaria de ter ocupado o meu lugar. Ela cuidava de treinamento operacional e eu havia sido promovida para cuidar de treinamento de liderança. A Gerente de T&D havia me escolhido, devido ao sucesso de um programa de desenvolvimento de líderes implantado por mim na filial. A notícia da qualidade da liderança daquela filial havia chegado à matriz pelos relatos de vários diretores da empresa. Os indicadores de sucesso falavam por si, e eu recebi o reconhecimento pelo meu trabalho com aquela promoção. Minha missão seria replicar para todas as lojas do Brasil o programa aplicado em uma das filiais. Parecia justo, parecia fácil de compreender, mas havia uma funcionária insatisfeita, altamente competitiva, que decidiu criar um ambiente de perseguição, fazendo muitas coisas para que eu não estivesse êxito.
Se o Gerente de RH da época, que trabalhava na mesma sala em que todos nós, tivesse intervindo, acredito que o destino teria sido outro. A minha vida naquele setor ficou bem desconfortável, eu consegui implantar os projetos, mas não gostava de trabalhar ao lado de uma pessoa que era bastante nociva. Então, após um pouco mais de um ano na função, eu comecei a procurar outra oportunidade no mercado e mudei de empresa. Quando anunciei meu pedido de demissão, houve uma surpresa geral na equipe.