Estar dentro de ambientes em que predominam os cargos de conselheiros e pessoas do C-Level tem me estimulado a uma grande reflexão: a da falta de preparo e as consequentes frustrações, sejam da empresa ou daqueles que assumem o cargo no C-Level (principalmente os CEO’s), quanto à sua performance e seus resultados.
Ao longo dos anos tive a oportunidade de assistir de camarote muitas trocas de CEO’s nas empresas. Como exemplo, um CEO passou para o Conselho de Administração e, naturalmente, o cargo de CEO caiu no colo de um grande diretor de finanças, com mais de vinte anos de casa.
O novo CEO foi um verdadeiro desastre e, mais uma vez, a empresa perdeu um excelente diretor financeiro e ganhou um péssimo CEO, repercutindo, inclusive, na rentabilidade financeira, que era a sua especialidade. Certamente, a falta de preparo e conhecimento de áreas importantes, como marketing e comercial e, principalmente, a falta de desenvolvimento de soft skills, ajudou no fracasso de sua empreitada. Faltaram para ele competência e habilidade para adequar e gerenciar uma equipe de talentos que traria melhores resultados.
Isto nos faz voltar ao velho Princípio de Peter, que postula que as pessoas tendem a ser promovidas até alcançarem seu nível de incompetência. Nesse contexto, o indivíduo foi promovido a CEO com base em sucessos anteriores ou em uma trajetória de carreira bem-sucedida, mas sem estar adequadamente preparado para as demandas da nova função.
Aspirar ao cargo de C-level é o sonho de muitos em sua carreira, embora as pessoas não se preparem para tal. Poucos são os processos de formação para CEO’s, seja no Brasil ou no exterior. E, quando encontramos, o grande foco fica nas estratégias e estudos de avaliações financeiras, estas últimas facilmente complementadas por uma equipe de especialistas.