Para o bem das gerações atuais e das próximas, é hora de entendermos de forma mais fiel e coerente a teoria Freudiana sobre sexualidade e sua fundamental importância desde os primórdios de nossa experiência como humanos.
Objetiva e resumidamente, quero iniciar esta implicação facilitando a compreensão da proposta de Freud, que considera a libido não apenas de forma superficial relacionada a “tesão” como conhecemos comumente, mas sim, como sendo a energia vital, a força que nos impulsiona a buscar o prazer (parcialmente satisfatório) e a realização, independente a qual natureza este prazer pertença. Esta energia habita em nós desde nossa fecundação, participa de nosso processo de desenvolvimento humano e apenas deixará de existir internamente quando partirmos desta experiência de vida.
Sendo assim, faz-se necessária a compreensão de que Freud não insinuou que a criança sentia vontade de realizar a prática da atividade sexual, mas sim, que seu ímpeto pela descoberta da vida através de realizações e prazeres, trata-se de uma atividade genuinamente natural e instintivamente sexual (não erótica).
A confusão em relação a esta ideia deu-se pela incapacidade de as pessoas desassociarem os termos “prazer” e “sexualidade” da atividade sexual erótica entendida pelo adulto. Em pleno ano de 2023, há a necessidade de construirmos tal capacidade, afinal sexualidade é muito mais ampla e complexa do que a ideia simplória e limitada relacionada ao ato sexual... É para isto que convido você, leitor e leitora.
A teoria do Desenvolvimento Psicossexual, mapeia e nos mostra exatamente a naturalidade que existe em relação ao desenvolvimento de duas coisas que coexistem de forma predispostas em nós: psiquismo e sexualidade. Predispostas pois, nenhum destes fatores está “pronto”, mas sim, através de processos bastante complexos para o indivíduo em questão, eles serão construídos através de suas experiências e capacidade de introjeção e significado que ocorrem em cada fase deste desenvolvimento. Por exemplo, não é porquê o pai ou mãe de uma criança acha a cor verde bonita, que esta criança deverá eleger a mesma cor como sua preferida, embora isto possa acontecer se por trás da predileção da cor tivermos fatores associados à figura destes pais como: proteção, atenção, afeto, harmonia, etc.