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Edição #123 - Agosto 2023

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As histórias pautam o ritmo do nosso desempenho: reflexões sobre trauma e performance

Eu acredito que estamos a caminho de onde desejamos estar, e essa é a imagem que materializa a nossa história. Esta ideia, somada à provocação que faz Chimananda Ngozi Adichie ao nos alertar sobre “O perigo de uma história única”, me gerou aquela sensação de que eu havia encontrado o óbvio: o trauma é uma história única. Ao mesmo tempo, a história única é o caminho do sucesso no qual somos doutrinados no decorrer dos longos anos de educação formal. Na perseguição de metas e resultados, aprendemos que a disciplina da história única, de seguir um mesmo caminho até o seu final, é o segredo da boa performance. Ao conviver uns dias com essas ideias me dei conta que, mais do que contar uma história, é poder ouvi-las com entrega, que tem o poder de despertar nossa potência na direção de quem queremos ser. Esse é o ponto de partida de nossa conversa.

Performance

O que verdadeiramente significa esse conceito que está tão presente em nossas vidas, em diversas áreas como o trabalho, o esporte, entre outras habilidades? A partir destas áreas é possível que a performance seja vista como sinônimo de desempenho; portanto se mistura e, muitas vezes, esses significados se confundem. No contexto das organizações, esses dois conceitos têm sentidos distintos: desempenho é o que fazemos, a execução das tarefas e atividades, enquanto performance é o resultado daquela execução. Portanto, performance está diretamente ligada poder.

Poder é parte da natureza e, por consequência, está presente em nossas relações. É o poder um componente importante do senso de pertencimento, porque classifica, hierarquiza e inclui ou exclui, direta ou indiretamente.

Eu tinha uns sete anos de carreira na área de marketing quando estava acompanhando grupos de pesquisa com um consultor especialista. Após uma semana de convivência diária, na hora do almoço, ele se direciona a mim: “Me conte o seu segredo! Nunca ouvi falar de ninguém que se formou na sua área, na mesma faculdade, e que chegou a um cargo relevante. O mercado não tem paciência nem tempo para arriscar com pessoas com a sua história.” Naquele momento eu nem soube muito bem o que responder, pois, em minha cabeça, imaginava ser apenas uma questão de sorte.

Hoje, ao me preparar para escrever sobre performance e passear sobre tudo o que aconteceu comigo ao longo desse processo entre “custos e ganhos”, vejo que atribuir à sorte seria manter o poder onde ele está. Eu sou feita de muitas histórias. Histórias dos meus pais, professores, ídolos, amigos, de diversos personagens que li ao longo do tempo. Algumas repeti muitas vezes e, depois de aprender sobre o trauma, eu reconheço que a fixação nelas foi por pura sobrevivência. O consultor não conhecia a minha história, mas, a partir de suas próprias referências, ele pode classificar a minha performance, ou o resultado pela posição no mercado da qual eu ocupava naquele momento. A história única que ele tinha sobre a universidade onde estudei não permitia que ele se relacionasse comigo e tudo o que eu trazia.

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