Conceitualmente, liderança humanizada pode ser considerada um “modelo de gestão” que coloca o ser humano no centro das atenções, reconhecendo sua singularidade, suas habilidades, emoções, perspectivas e necessidades.
Se ampara em valores humanos como a compaixão, empatia, respeito mútuo, inclusão e bem-estar que viabilizam um ambiente de trabalho mais saudável, colaborativo e produtivo, permitindo que as pessoas encarem o trabalho como uma oportunidade de realização e utilização plena de seus talentos, mas também de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional.
Como professor dedicado ao assunto, às vezes, sou questionado em sala de aula com indagações do tipo:
“Como construir uma mente humanizada, que consiga sustentar esse modus operandi, sem que se esqueça dos resultados práticos que toda organização precisa?
OLHANDO MAIS DE PERTO
Sinceramente, quando escutei pela primeira vez a expressão “liderança humanizada”, achei uma redundância, pois pensei “oras...já não fazemos liderança para e com seres humanos?”.
E então passei a compreender o termo como um reforço necessário para nos lembrar de aspectos que, mesmo sendo seres humanos liderando outros seres humanos, corremos o risco de nos esquecer de aspectos básicos, como o mal uso do poder, quando a liderança não está pronta para dar conta do próprio ego.
Isso significa sair do padrão “poder sobre as pessoas, para poder para e pelas pessoas”
Mas o que gostaria de abordar neste artigo é como construir uma mente humanizada, alinhada com aqueles valores nobres que sustentam uma liderança humanizada. Para isso, proponho olhar-se mais de perto, inspecionar a si mesmo, para verificar o quanto estamos coerentes com tais valores; investigar a própria mentalidade e, por meio de um franco trabalho interior, construir a humanização em si mesmo em primeiro lugar.
Sabemos que não é uma tarefa fácil. Revisitando Peter Senge, há uma ideia-chave em sua obra, conhecida como "tensão criativa", ou seja, a tensão entre a visão ideal e a realidade atual. Essa tensão pode ser uma fonte de energia criativa, pois incentiva a mudança e o desenvolvimento de novas posturas, novas práticas.