Liderança é um tema omnipresente nos últimos anos, em textos, cursos, aulas etc, certamente em função da crescente importância que o fator humano vem tendo nas organizações. Isto pode ser visto como algo positivo. Mas é preciso qualificar o que esta palavra significa. O filósofo espanhol Alfonso Lopes Quintas cunhou a expressão “termos talismã”, que são temas ou conceitos tão amplos e genéricos, que seu significado se torna difuso, nebuloso, e por vezes contraditório. O conceito “Liderança” é um “termo talismã”, já que tem sido usado e tratado quase como uma palavra mágica para atrair pessoas interessadas em conseguir melhores resultados em sua atuação profissional. Com frequência sua abordagem aparece como o segredo que alguém irá revelar sobre a “verdadeira liderança”.
O grande questionamento vem do fato paradoxal de que, apesar de ser um dos temas mais falados e estudados do management atual, grande parte das organizações vive uma crise instalada de liderança.
Como bem coloca Barbara Kellerman, professora de liderança em Harvard:
Apesar das enormes somas de dinheiro e tempo despendidos na tentativa de ensinar pessoas a liderar, ao longo de cerca de 40 anos de história a indústria da liderança não melhorou a condição humana de maneira significativa, mensurável ou importante (...)
Enquanto essa indústria vem progredindo, o desempenho dos líderes, de modo geral, está fraco e, em vários aspectos, pior que antes, frustrando aqueles que acreditam que os especialistas possuíam as chaves do reino.