Para entendermos os novos desafios impostos à escola e, consequentemente, ao gestor educacional e demais membros da comunidade escolar, precisamos estar conscientes e levar em conta que vivemos numa época de grandes e rápidas mudanças que, de forma geral, incomodam, inquietam e exigem novas posturas. Não há, certamente, ninguém com mínimo espírito crítico que, a partir de certo momento da vida escolar não se tenha perguntado: “- Por que estou aprendendo isso? O que isso importa para mim?”. Não é de se estranhar que em muitas salas de aula os alunos continuem recebendo o conhecimento e registrando-o sem saber o que fazer com ele. Tais circunstâncias geram, em sala, tédio, conversas, indisciplinas e tentativa de uso de aparelhos eletrônicos como fuga do que se tornou enfadonho. Ao que parece, esse é o maior desafio da educação contemporânea: professores e alunos não falam a mesma língua.
A seguinte passagem do livro “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol, retrata muito bem o atual estágio em que se encontra a grande maioria de nossas instituições educacionais:
Alice desorientada, vê no alto da árvore o gato. Ela olha para ele, lá em cima, e pergunta: "- Para onde vai essa estrada?” Ele respondeu com outra pergunta: "- Para onde você quer ir?” Ela disse: "- Eu não sei, estou perdida.” Ele, então, diz: "- Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.”
Eis o desafio dos atuais gestores educacionais, encontrar o caminho para uma educação eficiente e de qualidade, muitas vezes perdida em meio a tantas teorias, métodos ultrapassados, descompassos entre o que se ensina, o que se quer aprender, e a forma como se ensina, pois sem saber para onde se quer ir e nem aonde se quer chegar, qualquer modelo serve. Se souber para onde se quer ir, usa-se a ferramenta necessária.