Na introdução do meu livro "Equipes e Cooperação", começo com uma pequena história:
O pequeno João Pedro, com seus oito anos de idade, aprontava-se para ir à escola em uma manhã fria de inverno. Sentia frio na barriga, parecia que o estômago estava todo embrulhado. A cabeça doía. A mãe percebeu sua aflição e consolou o filho, dizendo que tudo daria certo e que não se preocupasse tanto. De nada adiantou. João Pedro estava tenso e foi caminhando lentamente para a escola, que ficava a poucas quadras de sua casa. Lá chegando, viu que seus colegas também estão tensos. Conversaram um pouco e até ensaiaram algumas brincadeiras, mas todos emudecem ao som estridente do sinal que indicava o início das aulas. Caminharam cabisbaixos para a sala de aula como condenados à forca. Sentados, a professora andou pela sala colocando sobre cada carteira uma folha impressa com os escritos virados para baixo. A tensão aumentou, até que ela disse a todos:
– Podem virar as provas e começar.
Uma solitária maratona teve início e para João Pedro parecia que sua vida acabaria ali. Teve a sensação de que nunca mais ia brincar, jogar bola ou andar de bicicleta. Ao final de 50 minutos de silencioso diálogo com seus pensamentos, o lápis, a borracha e a folha de papel, ele entregou sua prova de matemática.
Esta história é familiar a você? Praticamente todos nós, hoje adultos, passamos por uma situação semelhante a esta quando crianças. O Coaching Educacional, busca reconectar o sentido do aprender, o prazer de aprender, a surpresa da descoberta e para isto, trabalha uma grande quebra de paradigmas: deixar o aprendizado acontecer, ao invés de despejar conteúdos sem sentido e cobrar respostas padronizadas.
O primeiro que precisa passar por uma profunda mudança é o educador, que aprendeu a “ensinar” e agora precisa aprender a “facilitar a aprendizagem”, “deixar que o outro aprenda” e que o conteúdo faça sentido.
Como resgatar o “saboroso” do “saber”?
Com esta missão em vista, tivemos mais um grande time escrevendo nesta edição. Participaram do Dossiê Graça Santos, Ângela Teixeira, Clenir Streit e Julio Cesar Michelato. Ainda sobre o tema da edição, na seção “Para refletir”, temos contribuições de Joana Darc Silva e Lígia Feitosa.
Temos ainda a participação de Lucia Navarro, Lucila Marques, Bibianna Teodori, Káritas Ribas, Carlos Legal, Marcello Árias Dias Danucalov e Elisete Gonçalves.
Boa leitura,
Luciano Lannes
Editor
Artigo publicado em 18/05/2017