A cena é a seguinte: Cães vira-lata. Dúzias deles mantidos em gaiolas individuais em um biotério. De três em três, eles são testados em um experimento: colocados em gaiolas isoladas e longas que lhes permite correr, (chamadas de shuttlebox) eles são divididos em 3 grupos. Dois deles levam choques nas patas aplicados de forma randômica; um, denominado de controle, não. Dos dois que levam choques, um deles desliga o choque quando foge para o outro lado da gaiola, tanto para si quanto para seu companheiro. Este último nada consegue fazer para desligar o choque.
No dia seguinte todos são colocados individualmente na mesma gaiola. Neste dia, se corressem quando o choque viesse, o desligavam. Os cães dos grupos que não levaram choques e os que levaram choques que conseguiam desligar rapidamente aprendem a tarefa. Os cães que levaram choques que não conseguiam desligar, parecem estranhamente incapazes de fugir do choque.
O orientador do grupo já havia falado que os estados de ansiedade gerados por experiencias aversivas pareciam se manter por longo tempo, e demonstrado que cães que levam choques que não podiam escapar pareciam ter déficit de aprendizagem nos dias subsequentes. Mas este experimento demonstrava que não eram os choques: era a combinação de impossibilidade de escapar e impossibilidade de prever.
Este foi o experimento de Maier e Seligman no laboratório de Solomon em Harvard na década de 60. Costuma-se dizer que a história do Estudo do Desamparo Aprendido começa aí, mas há antes disto. E depois...
História
Na década de 60 nos EUA se vivia o domínio das pesquisas baseadas em teorias associativas, das quais o behaviorismo na sua versão Skinneriana era o dominante. Estas teorias se preocupavam em como elementos do ambiente ou fisiológicos (estímulos) se organizavam com o quê o animal (humano ou não humano) fazia (a resposta) e como isto mudava o comportamento ao longo do tempo (a aprendizagem).
O estudo destes arranjos era chamado de estudos de esquemas e foi marcado pela publicação de Fester e Skinner, esquemas de reforçamento (Schedules of reinforcement) em 1957. Na esteira deste lançamento, diversos grupos passaram a estudar como os arranjos destes elementos, denominados pelos grupos de contingências, geravam alterações no comportamento dos organismos. Dentre estes grupos, o de Richard L. Solomon (1918-1985) na universidade de Havard estudava com seus alunos Overmier e Leaf, como uma contingência onde, e o que o animal fazia não tinha relação com os estímulos que ocorriam antes ou depois da resposta, e percebeu que os animais pré-submetidos a este tipo de arranjo tinham dificuldades de aprender novas tarefas depois. Ele chamou este fenômeno de Efeito de interferência, de acordo com sua teoria que a ansiedade gerava efeitos de longo prazo nos processos de aprendizagem dos organismos, assim, o pré-tratamento com choque interferiria com a aprendizagem posterior.
Para ler este artigo completo...
Faça login ou conheça as vantagens de ser premium.
Introdução
A diversidade, equidade e inclusão (DEI) é uma estratégia cada vez mais relevante nas organizações, visando criar um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo, que valorize todas as pessoas, independentemente de suas diferenças. No entanto, implementar uma cultura de DEI é um desafio significativo. Dados do IBGE de 2022 mostram que 56% da população brasileira se... leia mais
A inteligência artificial, carinhosamente chamada de “IA”, tem dominado as conversas nos últimos anos, e com razão. A promessa de máquinas que simulam a inteligência humana, capazes de aprender, criar e solucionar problemas complexos, capturou a imaginação de muitos. Dentro desse universo em constante expansão, a IA Generativa se destaca como uma das áreas mais promissoras e... leia mais
“Em um mundo onde pós-verdades e deepfakes coexistirão com verdades pessoais e sutis, se tornará importante ter a consciência expandida. Somente o racional, o exato, os sentidos físicos não serão suficientes para navegar nesses futuros altamente imersivos, artificialmente inteligentes e interconectados por biosensores e multiversos. Será essencial desenvolver tecnologias humanas”
Nas... leia mais
Um número crescente de organizações reconhece o valor da construção de uma cultura de coaching que ofereça aos colaboradores, em todos os níveis, a oportunidade de desenvolverem as suas competências, aumentarem o seu valor e alcançarem os seus objetivos profissionais.
Desde 2014, a International Coaching Federation (ICF) e o Human Capital Institute (HCI) vem pesquisando os componentes... leia mais
No atual cenário de complexidade e incerteza, o desenvolvimento de liderança precisa ir além da transferência de conhecimentos e habilidades. Este artigo diferencia o desenvolvimento horizontal do vertical, enfatizando como este último amplia a capacidade de liderança transformacional. Apresentamos os Inner Development Goals (IDGs) como modelo para acelerar o desenvolvimento... leia mais