“Se vocês precisam fazer um para serem escutados e acolhidos, nós precisamos fazer seis.” Grevisse Mulamba Kalala, refugiado Congolês naturalizado Brasileiro
Quando fomos convidados para escrever esse artigo colaborativo, não tivemos qualquer dúvida ao optarmos pela Diversidade e Inclusão (D&I) e somar nossas vivências através do olhar de um homem cis, branco e heterossexual que trabalha com D&I e faz pós-graduação na área, ao de um homem cis, pardo e gay que também trabalha com o tema e que vivenciou na prática em sua vida profissional vários dos elementos que abordaremos aqui.
Para escrever o artigo bebemos da fonte de nossa experiência com o tema de diferentes formas: como fundadores do Namoa - programa de apoio a refugiados no Brasil, por estudos e trabalhos realizados com lideranças em organizações, ou ainda por nossa atuação em Coaching individual ou em grupo para lideranças femininas negras, para ativistas pela redução da desigualdade e para pessoas trans no projeto Impactrans.
Quando começamos a refletir sobre o artigo, vieram muitas ideias. Porém, o mais difícil foi encontrar um recorte em D&I que fizesse sentido e que ao mesmo tempo, trouxesse algum diferencial para nós, Coaches. A principal questão que tomamos como base para desenvolver o texto foi: é de fato possível que uma pessoa de um grupo minorizado sinta-se confortável em estar na média?
Por isso, selecionamos a frase de Grevisse Mulamba Kalala, refugiado Congolês naturalizado Brasileiro como inspiração para o artigo. Em um encontro coordenado por um grande conglomerado empresarial nacional, levamos refugiados para um workshop dentro do tema Diversidade e Inclusão. Escutamos do Grevisse, negro congolês, falando para uma plateia brasileira predominantemente branca, esta frase que nos impactou muito: “Se vocês precisam fazer um para serem escutados, acolhidos e reconhecidos, nós precisamos fazer seis”.