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Edição #117 - Fevereiro 2023

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Não somos todos iguais. É preciso assumir para mudar

Há anos trabalho nos mais variados contextos e ambientes empresariais e sempre há novos pontos de contato que me convocam a me (re)apresentar. Na maioria das vezes, recorro a um breve resumo da minha trajetória, com pouca variação. De forma automática, a narrativa que expresso intenciona justificar as responsabilidades que tenho em cada projeto. E foi atuando na arena da diversidade que percebi que precisava atualizar o modo como me apresentava, me colocava nesses espaços.

Entre minhas atribuições recorrentes está a de facilitar conversas. Uma em particular foi reveladora em relação à força da linguagem e da ação reflexiva para a diversidade, que faz parte da pauta ESG. O Pacto Global Rede Brasil define ESG como “um índice que avalia as operações das principais empresas conforme os seus impactos em três eixos da sustentabilidade – o Meio Ambiente, o Social e a Governança” (nota 1).

A diversidade figura no Social. No artigo Afinal, o que é ESG?, publicado pela Deloitte Brasil (nota 2), o S tem como base o modo que a empresa enxerga e respeita seus públicos de interesse. No Brasil, o tema mais premente é a diversidade, que está na pauta da maioria das organizações no que se refere à necessidade de um maior esforço para que os comportamentos de liderança inclusiva e a consolidação de um ambiente de trabalho inclusivo e equânime sejam ancorados na cultura organizacional, e não apenas objeto de ações tempestivas e sem efeito de longo prazo para as pessoas e, consequentemente, para os negócios.

No atual cenário brasileiro, os recortes de diversidade mais trabalhados pelas empresas são gênero, raça e etnia, pessoas com deficiência, geração e LGBTQIAP+.

Mas voltando ao exemplo das conversas. Em uma mediação de conversas com representantes da causa LGBTQIAP+, percebi a quantidade de perguntas que passaram na minha cabeça pelo fato de não ter esse lugar de fala. Enquanto pensava sobre a melhor forma de abordar o tema, me perguntava: “como eu vou ter a confiança das pessoas aqui?”, “eu não estive em nenhuma conversa anterior, porque entro agora que temos uma questão para gerenciar?”, “qual é o meu lugar de fala nesse contexto?”, “vou ser detonada...”.

O processo reflexivo me permitiu enxergar um caminho, que foi rever a minha apresentação. Escolhi não falar de competências ou histórico, mas contextualizar minha participação como mulher, cis, heterossexual, branca como mediadora de um conflito associado a dores que eu nunca experimentei. Posso afirmar que, ao incluir esses adjetivos na abertura da conversa, consegui ser ouvida e minimizar a ‘potencial falta de confiança’.

Um ajuste de linguagem muito significativo para mim foi a substituição de ‘minorias’ por grupos sub-representados. Nem tanto pelas palavras, confesso, mas pela conscientização de que o que está em jogo é a relação de poder. Mulheres e negros, mesmo sendo maioria, não estão em lugar de poder.


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