Você já parou para pensar no que seu dinheiro de investimento está nutrindo na sociedade? Que seu dinheiro investido não está parado numa caixinha mágica e que ao seu desejo retorna remunerado? Que alguém está usando o seu dinheiro enquanto você achava que estava na caixinha mágica? E de alguma maneira a decisão do uso do seu dinheiro define o impacto positivo ou negativo que o seu dinheiro está gerando na sociedade?
Fomos ensinados que decisões inteligentes de investimentos são aquelas direcionadas por pessoas ou entidades com grande expertise financeira. É o gerente do banco, o agente autônomo, o especialista de investimento, os grandes gestores de recursos. E que devemos montar um portfólio balanceado de investimentos considerando critérios como renda fixa x renda variável, curto prazo x longo prazo, maior risco x menor risco de perda de capital, liquidez x carência, etc. E que um investimento inteligente é aquele que, de acordo com meu perfil de risco como investidor, maximiza meu retorno financeiro, minimiza risco de perder capital e maximiza a oportunidade de liquidez no resgate. E quanto maior o risco busque maior retorno financeiro.
Quero aqui oferecer uma perspectiva adicional sobre este tema de investimentos.
Desta forma direciono este artigo a você, cidadão comum, o verdadeiro protagonista da decisão do uso do seu dinheiro de investimento. O dinheiro não vai sozinho para nenhuma aplicação financeira! E não pretendo aqui explanar sobre as visões tradicionais de gestão de portfólio financeiro, tipos de investimento ou como apostar no cavalo vencedor.
Gostaria de trazer uma nova e relevante dimensão a ser considerada alinhada com os conceitos atuais de ASG (Ambiental, Social e Governança) e da contribuição às ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU), mas ainda pouco explorada do ponto de vista do protagonismo de cidadãos comuns com pequenos e médios valores de investimento – a maioria dos cidadãos investidores.
Quero incorporar nos critérios de investimento esta dimensão mais humana, mais quentinha, que conecta visibilidade do fluxo do dinheiro e o olhar de interesse próprio e bem comum, o que aqui vou denominar como investimento consciente.
Num investimento consciente existe uma escolha do investimento atendendo à minha necessidade individual como aplicação financeira e, ao mesmo tempo, o uso deste dinheiro contribuindo para o bem comum da sociedade. Para tal fato ocorrer é crítico a visibilidade deste fluxo do dinheiro, uma coerência e respeito aos seus valores e princípios em relação ao uso deste dinheiro.