“Viver e não ter a vergonha de ser feliz /
Cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz.”
Gonzaguinha
E quando você se abre para sua verdade interior, parece que tudo ganha clareza, foco e profundidade. Quando não mais importa “e se não der certo?”, pois o que de fato importa são a trajetória, o processo e as pessoas. Assim como são as pedras no caminho e o que faço com elas? E, finalmente, se o que sonhei não se concretizou, como me adapto e me reinvento diante das circunstâncias?
Para tanto, compartilho três histórias, coincidentes ou não com fatos que se entrelaçam nos atendimentos em coaching, experiências e grupos de desenvolvimento.
Primeira história: E se não der certo?
“Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria... Depois retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos... Essa... a alegria que ele quer.” Guimarães Rosa
A primeira começa com Heitor que seguia seus passos com plano de metas e estratégias bem definidas desde a juventude, consolidando uma carreira de sucesso e vida executiva aos 40 anos de idade. Com uma família que amava e o apoiava, porém algumas perdas de parentes e amigos deflagraram questões sobre como conduzia sua liderança firme, transparente e íntegra no discurso e prática. Seu questionamento sobre perdas e morte o levou ao coaching terapêutico, onde buscava o sentido da vida, quando percebeu que num instante poderia perder tudo o que lutou para alcançar. Em meio às questões e um certo vazio existencial, descobriu como a vida que sempre prezou e o instigou a ter metas ousadas e desafiadores, poderia ironizar suas conquistas jogando-o em lugares de solidão e tristeza, sem que tivesse o controle sobre os processos que comandava, tanto na vida pessoal como profissional. A conclusão dele foi que nessa trilha do caminho descobriu em seus achados a esperança de prosseguir com confiança. Ancorou em sua consciência o que de fato lhe era caro e essencial: a família e os amigos, o trabalho e a rede de conexões, as realizações e a contribuição para ambientes saudáveis e colaborativos. Enfim, as marcas do caminho têm sido o seu legado. E ele optou por seguir com suas pegadas e, assim, estaria pronto caso a vida o encontrasse distraído.