Afinal, como a emoção pode interferir ou influenciar a nossa linguagem? Esta é uma pergunta que começamos a refletir a partir da provocação feita pelo programa GEO - Grupo de Estudos Ontológicos, realizado pela ABCOP – Associação Brasileira de Coaching Ontológico Profissional, neste ano de 2022. Para chegarmos à resposta, tivemos como base conceitual o texto extraído do livro “Emoções e Linguagem na Educação e na Política” do biólogo chileno Humberto Maturana (2002), que nos subsidiou a abordar alguns pontos sobre o entrelaçamento das emoções com a linguagem.
Para Maturana (2002), vivemos em uma cultura que desvaloriza as emoções. Além de sermos racionais, somos seres movidos pela emoção. Maturana afirma que "todo sistema racional tem um fundamento emocional". Para ele biologicamente "as emoções são disposições corporais, dinâmicas que definem os diferentes domínios de ação". Ou seja, se mudamos as emoções, mudamos também as ações, e consequentemente, teremos resultados diferentes em nossa vida.
Como exemplo podemos imaginar uma situação em que um filho, que está com um celular muito velho, espera ansioso pelo pai para lhe pedir um celular novo. O filho já construiu toda sua argumentação e necessita do consentimento para a compra naquela noite, a última de uma promoção imperdível. Seu pai chega mais tarde do que o usual, com um incrível mau humor. Um problema no trabalho trouxe uma enorme dor de cabeça. Ele nem ouve o filho e já diz que não vai ter nenhuma despesa extra. Agora imaginemos se o pai chegasse muito feliz por ter recebido altos elogios de seu líder. Provavelmente ele ouviria o filho, e quem sabe atenderia a seu pedido.